BB assume ações do Deutsche na MaxBlue

O Banco do Brasil (BB) e o Deutsche Bank não serão mais sócios na consultoria financeira MaxBlue. Ambos assinaram um protocolo de intenções em que fica acertada a transferência do total das ações da operação brasileira da MaxBlue para o BB. Em troca, o BB irá passar para os alemães sua participação na MaxBlue Holding, com sede na Espanha. Pelo acordo, a MaxBlue vira uma coligada do BB.

O fim da parceria é reflexo de um negócio que não deu certo. Voltada para clientes de alta renda e com a maior parte de seus rendimentos gerados de forma virtual, via internet, a MaxBlue estimava chegar a 200 000 clientes até 2007. Tem 12 000. No primeiro ano, eram 7 000. O negócio de lidar com o investidor via internet não deu certo , afirma Luiz Eduardo Abreu, vice-presidente de finanças do BB. A carteira da MaxBlue é de 600 milhões.

Segundo ele, o banco teve de fazer uma provisão de quase 100 milhões de reais em seu balanço do primeiro semestre devido ao mau desempenho da consultoria. O Brasil deveria ter sido a primeira de uma série de subsidiárias latino-americanas da MaxBlue, mas os planos não foram adiante. Nenhuma outra foi aberta na região. O Deutsche encerrou operações do MaxBlue na Europa.

A decisão do BB de assumir as operações brasileiras é apenas o primeiro passo de uma estratégia maior que tem como principal objetivo fortalecer o segmento de alta renda da carteira de clientes do banco. Um grupo de estudos está avaliando quais os rumos que o BB deverá tomar nesta área e como lidará com a MaxBlue a partir de agora. Por enquanto, nada está decidido. Nem se a própria consultoria financeira será mantida ou se passará a ser uma carteira de investimentos dentro do portfólio do banco. "Para os clientes, nada muda", diz Abreu.