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Bayer vai produzir Levitra no Brasil

Essa é a primeira vez que o medicamento para disfunção erétil é produzido fora da Alemanha. No ano passado, o produto rendeu 60 milhões de reais à subsidiária brasileira

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

A Bayer anunciou nesta segunda-feira (20/3) que o seu medicamento para disfunção erétil, o Levitra, será fabricado no Brasil. Os testes já estão em andamento, na unidade de São Paulo, e os primeiros lotes devem ser entregues no final do ano. Essa é a primeira vez que o medicamento é produzido fora da matriz, na Alemanha.

"A princípio, o Levitra será produzido para consumo doméstico, mas existe a possibilidade de que seja exportado para outros países da América do Sul", diz o presidente da unidade de Health Care da Bayer no Brasil, Sérgio Oliveira. Segundo ele, serão investidos 1 milhão de euros na transferência de tecnologia. O preço do produto para o consumidor não deve ser alterado, pelo menos por enquanto.

O brasileiro é o segundo maior consumidor de medicamentos para disfunção erétil no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Aqui, esse mercado movimenta 350 milhões de reais. Em 2005, as vendas locais do Levitra renderam 60 milhões de reais à Bayer.

Apesar do bom desempenho na área de medicamentos, o faturamento das empresas do Grupo Bayer no Brasil não foi dos melhores em 2005. As vendas somaram 2,9 bilhões de reais, ou seja, uma queda de 26% em relação ao ano anterior. A área de negócios mais afetada foi a de CropScience, que fornece, entre outros produtos, inseticidas e fungicidas para a agricultura.

"A produção de soja no Brasil passou por uma fase negativa em 2005, sobretudo em função da seca no Sul do país. As vendas de fungicidas caíram 40%", diz Marc Reichardt, chefe da divisão de CropScience no Brasil. Segundo ele, a receita da companhia nesse segmento somou 1,7 bilhão de reais.

Em compensação, o ano de 2005 foi um dos melhores na história da Bayer mundial. A empresa gerou uma receita de 27,4 bilhões de euros, o que representa um crescimento de 17,6% frente ao resultado de 2004. O Ebit (receita antes de impostos e juros) aumentou 56%, atingindo 3,3 bilhões de euros.

Previsões para 2006

O diretor da Bayer no Brasil, Armin Burmeister, acredita em uma recuperação. O resultado, no entanto, depende do desempenho da próxima safra agrícola. "Se tudo correr bem, nossa receita deverá crescer 20% em 2006", diz o executivo.

O cronograma de investimentos para este ano está mantido: será praticamente o mesmo do ano passado, ou seja, cerca de 80 milhões de reais. Desse total, 1 milhão será investido em um novo centro de pesquisa e desenvolvimento, em Porto Alegre, voltado para medicamentos para animais, também o primeiro do tipo a ser criado fora da Alemanha.

Burmeister admite que a Bayer está de olho na tendência de fusões e aquisições que acompanha o setor farmacêutico no mundo. Diante de investidas como a da Merck sobre a Schering - ambas alemãs - Burmeister diz que a Bayer também está interessada em boas oportunidades. "A Bayer quer crescer internamente, aumentando o faturamento, mas também pode ser uma expansão externa, a partir de aquisições de novos negócios", diz o executivo.

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