Barclays é investigado por tentar identificar denunciante anônimo
Em 2016, o CEO do banco, Jes Staleyos, tentou identificar o remetende de uma carta anônima que expressava inquietação pela conduta de um alto funcionário
AFP
Publicado em 10 de abril de 2017 às 09h32.
O banco britânico Barclays anunciou nesta segunda-feira que as autoridades financeiras da Grã-Bretanha estão investigando o grupo, assim como seu CEO, Jes Staley, por tentativa de identificar um denunciante anônimo.
A investigação está sob comando da Financial Conduct Authority e da Prudential Regulation Authority, as instituições de regulamentação financeira e bancária, respectivamente, informou o Barclays em um comunicado.
Em 2016, os integrantes da diretoria receberam uma carta anônima que expressava inquietação pela conduta de um alto funcionário do banco que havia sido contratado recentemente, inclusive por questões pessoais, informou o Barclays.
Staley pediu então ao Departamento de Segurança da Informação (Group Information Security, GIS) do banco que identificasse o autor da denúncia porque considerava que "era um ataque pessoal injusto" ao funcionário denunciado, indicou o Barclays.
Mas com a decisão, Staley fragilizou um dos mecanismos do banco para descobrir irregularidades, motivo pelo qual pediu desculpas.
O processo de denúncias anônimas "é um dos meios mais importantes para proteger nossa cultura e valores no Barclays, e quero assegurar que todos os colegas, e outros que possa vir a usá-lo, entendam a importância que concedo ao mesmo", disse Staley.
O banco alega que Jes Staley, de nacionalidade americana, ignorava que a lei britânica proíbe a identificação de um "whistleblower" (denunciante).
"Pedi desculpas ao conselho de administração do Barclays e aceitei as conclusões segundo as quais minhas ações pessoais neste caso eram erros da minha parte. Também aceitarei a sanção que for considerada apropriada", afirmou Staley, citado no comunicado.
O banco decidiu reduzir a remuneração variável de Staley, cujo valor precisos será divulgado ao final da investigação das autoridades financeiras britânicas.
Após a chegada de Staley em dezembro de 2015, o Barclays acelerou o processo de simplificação das atividades e concentração em seus pontos fortes, sobretudo no Reino Unido, on de o banco ocupa um posto importante no setor varejista e para as empresas.
Com sede no bairro de negócios londrino de Canary Wharf, o Barclays pretende concentrar suas atividades de banco de investimentos na capital britânica e em Nova York, com a intenção de acabar com as grandes ambições que deixaram o grupo exposto a uma série de escândalos nos últimos anos.