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Bancos têm R$ 47 bilhões para receber da Odebrecht e temem perdas

A Odebrecht opera atualmente sem caixa e com um prejuízo da ordem de R$ 3 bilhões. No final de abril, deixou de pagar uma dívida de 500 milhões.

Odebrecht: grupo deve R$ 47 bilhões aos bancos (Guadalupe Pardo/Reuters)

Odebrecht: grupo deve R$ 47 bilhões aos bancos (Guadalupe Pardo/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 21 de maio de 2018 às 08h39.

Última atualização em 21 de maio de 2018 às 10h50.

São Paulo – O grupo Odebrecht tem uma dívida de R$ 47 bilhões com os bancos, e uma situação complicada para resolver, com risco de não honrar totalmente seus compromissos. A companhia precisa de R$ 3,5 bilhões para honrar os compromissos de curto prazo e negocia um novo empréstimo. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Investigada na Operação Lava Jato, a Odebrecht opera atualmente sem caixa e com um prejuízo da ordem de R$ 3 bilhões. No final de abril, deixou de pagar uma dívida de 500 milhões, o que acendeu o sinal amarelo entre seus credores. Auditores independentes da BDO lançaram dúvida sobre seu balanço, que foi aprovado com ressalvas.

Os bancos públicos têm cerca de R$ 30 bilhões a receber do grupo. O BNDES é o maior credor, com R$ 13 bilhões, seguido do Banco do Brasil, com R$ 10 bilhões, e da Caixa, com R$ 7,5 bilhões, elenca o jornal.

Entre os bancos privados, os maiores credores são Itaú e Bradesco, com cerca de R$ 4,5 bilhões cada um. As duas instituições estão em fase final de negociação de um novo empréstimo para a Odebrecht.

Em troca, querem garantias sobre as ações da petroquímica Braskem, o ativo mais valioso da Odebrecht. O acordo esbarra, porém, no Banco do Brasil, que não quer abrir mão da garantia que já possui sobre a petroquímica.

Além da dívida com os bancos, o grupo deve cerca de US$ 13 bilhões em títulos no exterior.

Ainda segundo a publicação, o temor dos bancos é de que, caso a Odebrecht deixe de honrar o que deve, seja desencadeado um processo de vencimento antecipado de toda a dívida, levando os bancos a terem que fazer provisões para perdas que podem afetar diretamente seus lucros.

 

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