Negócios

Banco Espírito Santo pede à PT que ouça Telefônica

Presidente do banco português, Ricardo salgado, afirma que é um disparate pedir ajuda à Justiça pelo tempo que isso poderá levar

Vivo: um dos maiores acionistas é a favor da retomada das negociações pelo controle (.)

Vivo: um dos maiores acionistas é a favor da retomada das negociações pelo controle (.)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - Ricardo Salgado, presidente do Banco Espirito Santo, segundo maior acionista (8,9 %) da Portugal Telecom (PT), afirmou que é preciso escutar a proposta da Telefônica e reinvestir no Brasil. Para Salgado, o país é "um mercado onde temos muita experiência".

O banqueiro português afirmou claramente que é preciso que a sociedade entre Telefônica e Portugal Telecom no controle da Vivo - personificada na holding Brasilcel - tem de terminar o quanto antes. As informações são do jornal espanhol El País.

Salgado qualificou como um disparate a atitude da Telefônica de pedir ajuda aos tribunais contra o uso da "golden share" pelo governo português durante a negociação das empresas pelo controle da Vivo. "Vamos perder muito tempo, sendo que temos que seguir adiante com a negociação", disse o banqueiro.

Salgado também assegurou que a melhor forma de evitar uma eventual oferta pública de aquisições da operadora espanhola, que já havia iniciado os tramites para romper a Brasicel, seria deixar a Vivo.

O banqueiro ainda afirma que o ebitda da Telefônica (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), estimado em 22 bilhões de euros, permitirá pagar a dívida pública da Portugal Telecom em seis anos, exemplo das diferenças colossais de tamanho e volume de negócios entre as duas operadoras.

Mesmo com essas diferenças entre as companhias, Salgado defende a volta das rodadas de negociações onde, em sua opinião, é possível chegar a um acordo que seja bom para ambas as empresas e para Portugal e Espanha.

"A saída do BES da operadora portuguesa, de que se tem falado muito nos últimos dias, não é certa", afirmou o banqueiro. "Mas, se for preciso, faremos isso". O banco português participa do capital da PT desde sua privatização, em 1992, e "tem aprovado as decisões da companhia desde então", afirma Salgado. "Somos acionistas da PT e queremos uma PT nacional".
 

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