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Azul voa alto com novos aviões, tarifas maiores e ativos da Avianca

Um dos principais motores de crescimento é a renovação da frota com o o modelo A320neo, que é maior e tem custos menores

Azul: A companhia, que anunciou lucro recorde de 704 milhões de reais em 2018, alta de 36%, deve crescer ainda mais este ano (Azul/Divulgação)

Azul: A companhia, que anunciou lucro recorde de 704 milhões de reais em 2018, alta de 36%, deve crescer ainda mais este ano (Azul/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 14 de março de 2019 às 16h03.

Última atualização em 15 de março de 2019 às 11h01.

A Azul prevê passar o ano de 2019 nas nuvens. Novos aviões, mais slots em aeroportos, compra de ativos da Avianca Brasil e a joint venture com os Correios devem impulsionar os resultados da companhia aérea no ano.

A companhia, que anunciou lucro recorde de 704 milhões de reais em 2018, alta de 36%, deve crescer ainda mais este ano. A margem operacional deverá ser de 18% a 20% e a capacidade deverá aumentar de 18% a 20% no ano, com crescimento principalmente nos voos internacionais, de acordo com o guidance divulgado.

Um dos principais motores de crescimento é a renovação da frota, que conta hoje com 125 aeronaves. A empresa irá substituir 15 jatos mais antigos e deve adicionar 21 aeronaves da nova geração, o modelo A320neo da Airbus e o E2 da Embraer.

Cerca de 30% da frota da Azul é composta pelos novos aviões, com impactos já no ano passado. Os novos aviões têm custo de combustível de 29% a 26% menor do que a atual geração operada pela companhia. No quarto trimestre, o custo por assento, excluindo o combustível, caiu 8,1%. No ano, a queda foi de 2,4%.

Os aviões também são maiores e trouxeram aumento de 16% da capacidade em 2018. Como resultado, a receita líquida cresceu 18,4% em relação ao ano passado. Ao final de 2019, cerca de 50% da capacidade da empresa será proveniente de aeronaves de nova geração.

A renovação da frota, bem como a melhora do cenário macroeconômico, permitiu que a empresa aumentasse os preços. A tarifa média subiu 12,2%, totalizando R$377.

"O ambiente de demanda continua forte, permitindo à Azul crescer rapidamente, manter uma forte taxa de ocupação e gradualmente aumentar os preços", escreve o Itaú em relatório. "A Azul mostrou que o impacto da nova geração de aeronaves nos custos é transformadora e contribuiu para resultados positivos em um ambiente desafiador."

Outra frente de crescimento vem da concorrência. A Azul anunciou no início da semana a intenção de comprar 105 milhões de dólares em ativos da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial. Terceira maior companhia em voos domésticos, a Azul tem 18,6% dos passageiros desse mercado, e a Avianca, quarta colocada, tem 13,4%.

A intenção é de comprar uma UPI (Unidade Produtiva Isolada) que será formada, com a divisão de certos ativos em uma empresa separada.

A aquisição deve incluir o certificado de operador aéreo da Avianca Brasil, 70 pares de slots (direitos de pouso e decolagem em certos aeroportos congestionados) e aproximadamente 30 aeronaves Airbus A320. A compra dos slots é importante principalmente para aumentar a presença da aérea no mercado doméstico.

De acordo com a proposta, a Azul capturaria cerca de 50% da receita da Avianca e conseguiria praticar tarifas mais altas. A média que é a média de desconto entre tarifas das duas companhias aéreas é de 30%, segundo a corretora Eleven Financial.

“O foco da empresa aérea deverá continuar direcionado aos trechos regionais, com menor densidade de passageiros, onde pode praticar tarifas mais altas e sustentar a rentabilidade do negócio em patamares superiores aos de outros players”, escreve a corretora.

A companhia ainda deve fechar uma joint venture com os Correios para o transporte de carga até o final do ano. Com os novos planos, a Azul deve voar longe este ano.

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