Azul, MAP ou Passaredo: quem leva o espaço da Avianca em Congonhas?
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anuncia nesta segunda a esperada redistribuição de 41 pares de slots no aeroporto de Congonhas, em São Paulo
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2019 às 06h36.
Última atualização em 29 de julho de 2019 às 06h50.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anuncia nesta segunda-feira uma esperada redistribuição de 41 pares de slots no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
É o capítulo quase final da queda de braço pelo espólio da companhia Avianca e uma ação que pode trazer novos ares para o cada vez mais concorrido mercado aéreo brasileiro.
O anúncio de hoje da Anac é fruto de uma decisão tomada na noite de quinta-feira, quando a agência mudou o critério para distribuição dos slots em Congonhas. A norma anterior previa que, caso vagassem slots, 50% deveriam ser distribuídos proporcionalmente às companhias que já operam no aeroporto e o restante, repassados a novos entrantes.
Agora, a Anac criou uma regra temporária, valendo até março, para repartir os slots apenas a novos entrantes para, segundo a agência, aumentar a competição e oferecer aos passageiros novas opções de serviços.
A decisão deixa Gol e Latam fora do páreo e, na teoria, beneficia a Azul , terceira maior empresa aérea do Brasil e maior interessada em estrear em Congonhas.
Mas há outras concorrentes no páreo. A MAP Linhas Aéreas, que hoje opera no Amazonas e no Pará com apenas cinco aeronaves, afirma que operar na ponte-área e expandir a operação para o Sul e o Sudeste do país são grandes oportunidades. A Passaredo, com sede em Ribeirão Preto, também é candidata a levar slots em Congonhas.
Uma divisão do lote entre diversas empresas pode trazer uma nova leva de incertezas. A Azul já tem 26 slots em Congonhas, mas diz que o número não é suficiente para uma operação rentável.
Quem garante que empresas que levarem uma fatia dos 41 pares de slots à disposição conseguirão fazer a conta fechar? A Latam, com 236 pares de slots, e a Gol, com 234, continuarão como líderes absolutas em Congonhas.
A definição temporária, valendo apenas até março, também traz uma indefinição sobre o processo. MAP e Passaredo precisariam negociar com empresas de leasing a integração de novas aeronaves.
Para o consumidor, quando mais indefinição, pior. Sem a Avianca, a oferta de assentos para voos domésticos caiu 9,2% em junho e o preço médio das passagens na ponte-aérea chegou a subir 80%, segundo levantamento de EXAME.