Avianca negocia com United e pretende dominar América Latina
A colombiana Avianca espera estabelecer ainda neste ano um acordo comercial com a United
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2017 às 20h40.
Bogotá/Nova York - O setor de aviação comercial da América Latina está se reorganizando no sentido de ter apenas duas companhias dominantes servindo a região e o mundo. A Avianca Holdings quer ser uma delas, fortalecida pela aliança com a United Continental Holdings e por uma fusão futura com a Avianca Brasil.
A colombiana Avianca espera estabelecer ainda neste ano um acordo comercial com a United, visando que os passageiros viajem sem qualquer intercorrência em voos das duas companhias, disse o presidente executivo Hernan Rincon em entrevista nesta terça-feira em Nova York.
Paralelamente, já foi concluído 75 por cento do processo de diligência para uma potencial fusão com a Avianca Brasil — empresa separada comandada pelo irmão de German Efromovich, que preside o conselho da companhia colombiana.
"Acreditamos que somente duas vão sobreviver com operações em toda a América Latina e conectando-a ao mundo e estamos construindo a companhia para ser uma delas", afirmou Rincon, acrescentando que a outra grande do setor provavelmente será a Latam Airlines Group. "Os benefícios da aliança são tão fortes para a United e para a Avianca que é improvável nós permitirmos que nossa meta seja atrapalhada de qualquer maneira."
A ação da empresa ultrapassou US$ 10 neste ano com especulações sobre uma provável aquisição, mas voltou à casa de US$ 7,30 em Nova York. Não está sendo discutido um plano para que a United, que tem sede em Chicago, invista na companhia colombiana, segundo Rincon.
A Avianca enfrentará uma audiência no mês que vem relativa a uma queixa judicial movida pela segunda maior acionista da companhia, a Kingsland Holdings, que processou a companhia aérea, os irmãos Efromovich e a United em um tribunal estadual de Nova York, acusando-os de negociar secretamente um empréstimo de US$ 800 milhões e uma parceria estratégica.
A acusação alega que German Efromovich, que é acionista controlador da Avianca, escolheu o acordo em benefício próprio e descartou ofertas de outras duas grandes empresas aéreas internacionais que atribuíam valor maior à companhia colombiana.
No caso da Avianca Brasil, Rincon informou que quatro entidades independentes — incluindo um banco e uma firma de auditoria — estão avaliando o potencial casamento. Rincon disse que não poderia afirmar agora o valor da empresa brasileira, mas que provavelmente teria esse número em algumas semanas.
A rota para se colocar no mesmo patamar da rival Latam no topo do setor aéreo latino-americano está clara para Rincon: a experiência prévia indica que a aliança daria à empresa 90 por cento dos benefícios e 20 por cento dos custos na comparação com uma fusão total.
"A perspectiva para o resto do ano é muito forte, estamos administrando nosso negócio e continuaremos fazendo isso e, no cenário muito improvável de não chegarmos a um acordo com a United, voltaremos à prancheta para ver quem é o próximo e o que podemos fazer. Temos muitas outras opções."