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Avanço da CSN no capital da Usiminas causa 'desconforto'

Além das duas empresas, o bloco de controle da siderúrgica mineira é formado também pela Nippon Steel e pelo clube de empregados da empresa

Diante das investidas da CSN, os sócios controladores renovaram em fevereiro o atual acordo de acionistas até 2031 (Alexandre SantAnna/Veja Rio)

Diante das investidas da CSN, os sócios controladores renovaram em fevereiro o atual acordo de acionistas até 2031 (Alexandre SantAnna/Veja Rio)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2011 às 19h33.

Rio - O avanço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no capital da Usiminas causa um certo "desconforto", mas não chega a preocupar o presidente da empresa mineira, Wilson Brumer. Segundo ele, as chances da siderúrgica de Benjamin Steinbruch conseguir um espaço no bloco de controle da Usiminas são pequenas.

"É lógico que esse discurso causa desconforto, o tempo todo ficar discutindo esse tema", afirmou o executivo, que participou hoje de um encontro promovido pela Apimec-Rio. Steinbruch voltou a reiterar essa semana o interesse em comprar a fatia da Camargo Corrêa ou da Votorantim no capital da Usiminas.

Além das duas empresas, o bloco de controle da siderúrgica mineira é formado também pela Nippon Steel e pelo clube de empregados da empresa. Diante das investidas da CSN, os sócios controladores renovaram em fevereiro o atual acordo de acionistas até 2031. Para Brumer, a decisão é um sinal claro que não há espaço para a empresa Steinbruch no bloco de controle da Usiminas.

O presidente argumentou ainda que mesmo que houvesse interesse da Camargo ou Votorantim deixar a companhia, a Nippon Steel já manifestou o interesse em comprar a participação. "A Nippon Steel está na Usiminas há 50 anos, desde a sua fundação. Já falou que vai exercer o direito de preferência se algum dos outros sócios vender, por isso, vejo essas compras (de ações pela CSN) como um investimento financeiro", afirmou.

Com cerca de 10% das ações ordinárias e 5,25% das preferenciais, a CSN está perto de pleitear um assento no conselho de administração da concorrente mineira. Pela Lei das Sociedades Anônimas, é necessário ter 15% das ações ordinárias ou 10% das preferenciais para eleger um membro no conselho de acionistas. "Se ele (Benjamin Steinbruch) tem o objetivo de chegar lá não podemos fazer nada, as ações estão no mercado", disse.


Caso esse cenário se concretize, Brumer pondera que o representante escolhido pela CSN terá de se retirar da reunião quando o conselho for debater temas que remetam a um possível conflito de interesse. O executivo lembra que já passou por uma situação semelhante quando era presidente da mineradora BHP e participava do conselho da Vale. "Tomava mais cafezinho do que assistia a reunião", brincou.

Vendas

Durante o encontro promovido pela Apimec-Rio, Brumer reafirmou a estratégia da Usiminas de priorizar no mercado interno. A meta da companhia é destinar apenas 15% das vendas para exportação por conta do excedente de oferta de aço no exterior. "Vamos reduzir ao máximo. Não adianta exportar com prejuízo, com esse câmbio e esses custos", disse. O executivo deixou claro que prefere cortar produção do que exportar com prejuízo.

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