Negócios

Aurora suspende vendas de frango para a China de unidade catarinense

Empresa suspendeu as exportações por conta própria, após a China afirmar que encontrou vestígios de coronavírus em seus produtos

Frango: Aurora é a terceira maior produtora de suínos e aves do Brasil (Zhao Yuguo/VCG/Getty Images)

Frango: Aurora é a terceira maior produtora de suínos e aves do Brasil (Zhao Yuguo/VCG/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 26 de agosto de 2020 às 11h14.

Última atualização em 26 de agosto de 2020 às 11h16.

A cooperativa Aurora Alimentos suspendeu voluntariamente as exportações de carnes de aves para a China de sua unidade de Xaxim (SC) desde 20 de agosto, de acordo com informações publicadas no site da autoridade alfandegária chinesa nesta terça-feira e confirmadas pela empresa.

Em nota, a terceira maior produtora de suínos e aves do Brasil disse que recebeu a informação da cidade chinesa de Shenzhen sobre a detecção de traços do novo coronavírus, em embalagem de produto cárneo oriundo do SIF 601.

No entanto, a companhia destacou que, "conforme manifestação da OMS (Organização Mundial de Saúde) e FAO (das Nações Unidas), não há evidência científica da transmissão do vírus via produto e/ou embalagem".

A identificação da Covid-19 em asas de frango enviadas pela Aurora foi registrada no site da cidade chinesa há pouco mais de dez dias.

"Apesar da absoluta confiança e da certeza que seu processo produtivo é isento da presença do vírus, a Aurora Alimentos, de modo a dar conforto às Autoridades Chinesas, optou por suspender temporariamente os embarques para a China, da planta de processamento de aves de Xaxim (SC), até que o episódio relatado em Shenzhen seja elucidado", afirmou nesta terça-feira.

Segundo a cooperativa, esta decisão já foi comunicada ao Ministério da Agricultura e à Administração Geral de Alfândegas da China (GACC).

A unidade em questão também foi bloqueada por Hong Kong no início deste mês, como medida preventiva contra o coronavírus.

A Aurora ainda disse que implementou medidas eficazes para a proteção e cuidados com a saúde dos seus colaboradores, cumprindo protocolos setoriais validados cientificamente pelo Hospital Albert Einstein, e também em atendimento a Portaria Interministerial 19 que regulamenta o assunto.

"A Aurora Alimentos está convicta de que a transparência, a tradicional cooperação entre as autoridades sanitárias dos dois países e a observância dos preceitos científicos presidirão a análise do fato relatado, de forma que, em breve, sejam retomados os embarques dessa unidade para aquele país", acrescentou.

Procurado, o Ministério da Agricultura não comentou de imediato a autossuspensão da Aurora à unidade.

A China já interrompeu importações de carnes de fábricas de empresas como Marfrig, JBS e BRF no Brasil por preocupações relacionadas ao coronavírus.

Também em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Proteína Animal (ABPA) informou que apoia a medida tomada pela Aurora Alimentos, para que sejam feitos os devidos esclarecimentos, após a divulgação feita por autoridades municipais de Shenzhen.

"Com a suspensão dos embarques, tanto Brasil quanto China poderão realizar suas investigações com mais tranquilidade", afirmou a entidade.

A ABPA reafirmou que, com base na OMS, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus.

"Ao mesmo tempo, reafirmamos que o setor exportador brasileiro já havia adotado todas as medidas para proteção dos trabalhadores e a garantia da segurança dos produtos, que foram aprimoradas ao longo dos últimos meses, desde o início da pandemia global", completou o comunicado.

Acompanhe tudo sobre:ChinaCooperativa AuroraCoronavírusSaúde

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia