Time Warner: fusão gera preocupações com aumento no preço das assinaturas e com a limitação do mercado (Time Warner/Divulgação)
AFP
Publicado em 24 de outubro de 2016 às 20h33.
AT&T e Time Warner garantiram nesta segunda-feira (24) que sua fusão beneficiará os consumidores, diante das críticas da classe política americana, das autoridades reguladoras e da concorrência pelo futuro panorama midiático do país.
Anunciada no sábado (22) por US$ 85,4 bilhões mais a dívida da Time Warner, a operação unirá um dos gigantes das telecomunicações com um dos líderes de conteúdo de entretenimento por vídeo.
A AT&T é, depois da Comcast, o segundo operador de Telecomunicações mais importante dos Estados Unidos, com 142 milhões de assinantes a seus serviços móveis, além de estar presente na Internet e na televisão por assinatura através da DirecTV.
Adquirindo a Time Warner, controlará o estúdio cinematográfico Warner Bros., CNN, HBO, Cartoon Network, TNT e uma grande variedade de programas de grande audiência e, agora, poderá oferecer seus conteúdos em múltiplas plataformas.
O diretor-geral da AT&T e futuro figurão do novo grupo, Randall Stephenson, defendeu a fusão como "uma integração puramente vertical" que "eliminará muitas das fricções que há na indústria".
"Agora podemos começar a inovar nosso conteúdo de uma forma muito mais rápida", disse ele durante uma teleconferência.
"Devemos ir onde estão os consumidores, que estão cada vez mais no setor móvel", afirmou o presidente da Time Warner, Jeff Bewkes.
A fusão gera, porém, preocupações com um futuro aumento no preço das assinaturas e com a limitação do mercado para os demais concorrentes do setor.
Stephenson reiterou que a operação - que deve ser concluída até o final de 2017 - oferecerá "mais opções aos consumidores" com uma grande variedade de pacotes e preços.
Negou a possibilidade de que se dê uma limitação da distribuição dos produtos da Time Warner.
"Não tem sentido no plano econômico. É uma ideia louca", esclareceu.
Na sua opinião, a fusão permitirá enfrentar o duopólio Facebook-Google, que aglutinou mais da metade das receitas publicitárias no ano passado nos Estados Unidos.
Especialistas acreditam que a operação enfrentará uma dura oposição e que será examinada com lupa pelas autoridades reguladoras, em um contexto de crescente populismo e de bloqueio de grandes fusões por parte do governo.