As várias turbulências na trajetória da Malaysia Airlines
Companhia aérea estava se recuperando de uma crise financeira que teve início em 2011
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2014 às 14h50.
São Paulo – A maior crise da história da Malaysia Airlines ganhou um novo capítulo hoje. Quinze dias após o desaparecimento do voo MH370 , o primeiro ministro da Malásia veio a público confirmar que o Boeing 777 caiu no oceano Índico sem deixar sobreviventes. Foram 239 mortos.
A tragédia é o momento mais delicado por qual a empresa passa em toda a sua história. Porém, em proporções incomparavelmente menores, outras tantas turbulências abalaram a trajetória dos negócios da companhia.
A aérea estatal foi criada em 1947, sob o nome de Malayan Airways. Em 1963, ano da independência da Malásia, foi rebatizada de Malaysian Airways.
Em 1965 teve mais uma vez seu nome trocado, para Malaysia-Singapore Airlines, depois que Singapura tornou-se um país independente e a empresa tornou-se bi-nacional. Só em 1972, com a separação das duas companhias aéreas, adotou a nomenclatura que utiliza até hoje.
Desde então, passou por três grandes crises financeiras. A primeira ocorreu em 1997, por conta da crise da Ásia, que atingiu países do Sudeste e Nordeste asiático. Em 2005, a companhia aérea registrou perdas de 1,5 bilhão de riggits malaios, o que hoje corresponde a 455 milhões de dólares.
O governo malaio então substituiu o presidente executivo da companhia e estabeleceu um novo plano de negócios. Os altos preços dos combustíveis, os custos com manutenção e as rotas ineficientes foram apontados como as maiores razões para as perdas.
Após alguns anos de bons resultados financeiros, a empresa tropeçou mais uma vez em 2011, com perdas líquidas de 2,5 bilhões de riggits malaios, o equivalente a cerca de 760 milhões de dólares. Mais uma vez, o combustível foi o vilão da cena.
Repercussão
Apesar dos problemas financeiros, a Malaysia Airlines era bastante respeitada no mercado. Atendendo a 37.000 passageiros todos os anos e voando para mais de 80 destinos, a companhia aérea foi eleita a segunda melhor para voos de longa distância em classe econômica.
Em 2014, a empresa apresentou os resultados financeiros de 2013 e, pela primeira vez desde a crise de 2011, mostrou bom desempenho, com aumento de 36% em seu Ebitda, de 11% em sua receita, e de 27% no tráfego de passageiros. A AirAsia, sua maior concorrente no continente, é conhecida por seus baixos preços e, até o último dia 8 de março, era sua maior preocupação.
Hoje, depois que finalmente se sabe o que ocorreu com o avião, a busca pelos destroços e por uma explicação sobre os motivos do acidente continua. Além de permanecer no auxílio às buscas e às famílias, a Malaysia Airways também vai ter de lidar com a repercussão negativa da tragédia, que chegou a derrubar as ações da companhia em 4%.
São Paulo – A maior crise da história da Malaysia Airlines ganhou um novo capítulo hoje. Quinze dias após o desaparecimento do voo MH370 , o primeiro ministro da Malásia veio a público confirmar que o Boeing 777 caiu no oceano Índico sem deixar sobreviventes. Foram 239 mortos.
A tragédia é o momento mais delicado por qual a empresa passa em toda a sua história. Porém, em proporções incomparavelmente menores, outras tantas turbulências abalaram a trajetória dos negócios da companhia.
A aérea estatal foi criada em 1947, sob o nome de Malayan Airways. Em 1963, ano da independência da Malásia, foi rebatizada de Malaysian Airways.
Em 1965 teve mais uma vez seu nome trocado, para Malaysia-Singapore Airlines, depois que Singapura tornou-se um país independente e a empresa tornou-se bi-nacional. Só em 1972, com a separação das duas companhias aéreas, adotou a nomenclatura que utiliza até hoje.
Desde então, passou por três grandes crises financeiras. A primeira ocorreu em 1997, por conta da crise da Ásia, que atingiu países do Sudeste e Nordeste asiático. Em 2005, a companhia aérea registrou perdas de 1,5 bilhão de riggits malaios, o que hoje corresponde a 455 milhões de dólares.
O governo malaio então substituiu o presidente executivo da companhia e estabeleceu um novo plano de negócios. Os altos preços dos combustíveis, os custos com manutenção e as rotas ineficientes foram apontados como as maiores razões para as perdas.
Após alguns anos de bons resultados financeiros, a empresa tropeçou mais uma vez em 2011, com perdas líquidas de 2,5 bilhões de riggits malaios, o equivalente a cerca de 760 milhões de dólares. Mais uma vez, o combustível foi o vilão da cena.
Repercussão
Apesar dos problemas financeiros, a Malaysia Airlines era bastante respeitada no mercado. Atendendo a 37.000 passageiros todos os anos e voando para mais de 80 destinos, a companhia aérea foi eleita a segunda melhor para voos de longa distância em classe econômica.
Em 2014, a empresa apresentou os resultados financeiros de 2013 e, pela primeira vez desde a crise de 2011, mostrou bom desempenho, com aumento de 36% em seu Ebitda, de 11% em sua receita, e de 27% no tráfego de passageiros. A AirAsia, sua maior concorrente no continente, é conhecida por seus baixos preços e, até o último dia 8 de março, era sua maior preocupação.
Hoje, depois que finalmente se sabe o que ocorreu com o avião, a busca pelos destroços e por uma explicação sobre os motivos do acidente continua. Além de permanecer no auxílio às buscas e às famílias, a Malaysia Airways também vai ter de lidar com a repercussão negativa da tragédia, que chegou a derrubar as ações da companhia em 4%.