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As marcas da Brasil Foods vão ajudar mesmo a Marfrig?

Por enquanto, a avaliação dos analistas é de que a Marfrig se saiu melhor na troca de ativos com a BRF

Brasil Foods e Marfrig acertam troca de ativos (EXAME.com)

Brasil Foods e Marfrig acertam troca de ativos (EXAME.com)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 4 de janeiro de 2012 às 15h44.

São Paulo - A Brasil Foods e a Marfrig firmaram acordo, nesta quinta-feira, que visa a troca de ativos entre elas. Se de um lado, a Marfrig vai ganhar as marcas que precisam ser alienadas para que a fusão entre Perdigão e Sadia seja aprovada, de fato, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do outro, a BRF vai ficar com a principal marca de hambúrguer da Argentina.

As companhias afirmam que a permuta é equivalente, mas, na avaliação do mercado, a Marfrig tem mais a ganhar com a operação, principalmente, porque vai fortalecer a sua atuação no mercado interno.

“Ainda é muito cedo para se chegar a uma conclusão precisa, mesmo porque ainda não dá para saber a situação dos ativos da Marfrig na Argentina. Por enquanto, os números da operação apontam que a Marfrig ficou com a melhor opção”, afirmou Cauê Pinheiro, analista da SLW Corretora.

Com a operação, a BRF receberá em troca os todos os ativos localizados na Argentina da marca Paty, líder no mercado de hambúrguer no país, suas unidades de processamento, todas as marcas e patentes, as granjas de suínos e propriedade rural, as operações da marca no Uruguai e Chile e o pagamento adicional de 200 milhões de reais.

Segundo relatório da corretora Raymond James, assinado pelos analistas Daniela Bretthauer e Joseph Giordano, as vendas da Marfrig na Argentina devem chegar a 1 bilhão de reais por ano, com margem de 8%.

Vendas menores

“Do nosso ponto de vista, a transação é mais favorável para a Marfrig. A BRF pode perder cerca de 2 bilhões de reais em vendas no próximo ano e dificilmente vai recuperar totalmente as vendas das marcas suspensas. Já a Marfrig vai fortalecer sua atuação no mercado doméstico, com presença maior em produtos processados e somar 2 bilhões de reais ao seu faturamento”, disse o relatório.

A Marfrig ficará com as marcas, todos os bens das unidades produtivas, inclusive imóveis, instalações e equipamentos,  todos os bens de oito centros de distribuição, a capacidade produtiva  e a totalidade da participação acionária detida pela Sadia no capital da Excelsior Alimentos, que equivale 64,57% de participação.

A operação depende agora da aprovação do Cade para que seja concluída.

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