As empresas que mais perderiam se a Copa 2014 for cancelada
Empresas do setor de serviços seriam as mais prejudicadas, se a Fifa decidir levar o campeonato para outro país
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2013 às 08h01.
São Paulo – Entre os alvos dos protestos que tomaram o Brasil nos últimos dias, está a Copa do Mundo de 2014. Parte dos manifestantes queixa-se dos altos custos das obras e afirma que os recursos deveriam ser usados em outros setores, como saúde.
Com o recrudescimento de alguns grupos que participam dos protestos, a Fifa já estaria cogitando cancelar a Copa das Confederações, considerada o ensaio geral para o Mundial do ano que vem. Em comunicado à Reuters, a Fifa negou que pense em suspender o torneio.
Ninguém ainda mencionou que a Copa de 2014 corre o risco de ser cancelada, mas, se isso ocorresse, diversos setores sofreriam grandes prejuízos. Veja, a seguir, os principais:
Hotéis
A Copa do Mundo animou redes hoteleiras de todos os portes e países. Um exemplo é a Accor , maior operadora de hotéis do mundo. Em julho de 2012, a empresa anunciou a aquisição das operações do grupo mexicano Posadas na América do Sul por 275 milhões de dólares. O principal alvo do negócio era o Brasil, já que 11 dos 15 hotéis adquiridos nesta transação ficam no país e visam a reforçar a estrutura da Accor para a Copa de 2014 e as Olimpíadas do Rio, em 2016. Os investimentos em curso da rede, no Brasil, já ultrapassam 1 bilhão de reais.
A Accor é um dos maiores exemplos de como os hotéis estão investindo para a Copa. A suíça Match Hospitality é a representante exclusiva da Fifa para credenciar hotéis que receberão as seleções, jornalistas e membros do comitê organizador, além dos turistas que virão para o torneio. Em todo o país, a Match credenciou 700 estabelecimentos, que estão investindo para se adequar ao padrão Fifa de acomodação.
Em 2011, a Jones Lang LaSalle, consultoria especializada em mercado imobiliário, já havia estimado que as redes investiriam 2,4 bilhões de reais apenas em novos empreendimentos para a Copa de 2014. A consultoria contabilizou, naquela época, 92 projetos estimulados pelo evento. De lá para cá, é provável que o valor tenha subido.
Aéreas
Outro setor que obviamente perderia com o cancelamento da Copa é o de aviação. Nesta semana, o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Valdir Simão, estimou que 600.000 estrangeiros virão ao Brasil para a Copa do Mundo. Segundo Simão, a projeção baseia-se na demanda dos ingressos para os jogos e foi passada pela Fifa.
As companhias aéreas estão entre as que mais investiram para atender à esperada demanda. Afinal, os jogos acontecerão em várias cidades e a necessidade de locomoção alimentará os negócios de empresas como a TAM e a GOL , as duas maiores aéreas do país.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a demanda deve crescer de 9% a 9,5% neste ano. Marcando uma freada na estratégia de expansão da frota, as empresas aéreas aproveitarão os eventos esportivos para aumentar sua rentabilidade, por meio do aumento da taxa de ocupação.
Neste ano, a TAM planeja reduzir em até 7% a sua oferta de assentos. Já na GOL, esse corte ficará entre 5% e 8%. Sem os torcedores lotando suas aeronaves, no ano que vem, a taxa de ocupação pode cair – e, com ela, a rentabilidade das empresas.
Patrocinadores
Nada menos que 20 empresas patrocinam oficialmente a Copa do Mundo de 2014, em três categorias: Adidas, Coca-Cola , Hyundai/Kia, Emirates, Sony, Visa, Budweiser, Castrol, Continental, Johnson & Johnson, McDonald's, Oi, Seara e Yingli. Por último, vêm os apoiadores nacionais: Apex, Centauro, Garoto, Itaú, Liberty Seguros e Wise Up.
A última empresa a fechar um acordo de patrocínio para a Copa foi a Centauro. O valor do contrato não foi divulgado, mas estima-se que os patrocinadores nacionais tenham pago de 8 milhões a 16 milhões de reais por ano para patrocinar o evento.
Eletroeletrônicos
O pico de venda de televisores em períodos de Copa do Mundo já é conhecido dos fabricantes. Em 2010, cerca de 15 dias antes do início do torneio da África do Sul, as varejistas registraram aumentos de vendas de até 100% sobre o mesmo período do ano anterior. O resultado surpreendeu os revendedores, pois, em 2006, às vésperas da Copa da Alemanha, as vendas haviam crescido 35% sobre o mesmo intervalo de 2005.
A aposta dos fabricantes para o próximo ano são as TVs de tela grande (acima de 46 polegadas). A Sony , por exemplo, espera um incremento de 50% nas vendas brasileiras em 2014.
Cartões de crédito
O grande fluxo de turistas sempre impulsiona o faturamento das operadoras de cartão de crédito em grandes eventos esportivos – afinal, nem sempre as pessoas têm moeda local para pagar as contas no país que visitam.
Para se ter uma ideia, no período da Copa do Mundo de 2010, os turistas estrangeiros gastaram 312 milhões de dólares, apenas com cartões Visa . Segundo a empresa, o volume foi 70% maior que o registrado no mesmo período de 2009. Somente os brasileiros que viajaram para lá gastaram 13,4 milhões, sendo a quarta maior nacionalidade no ranking de gastos, atrás de americanos, ingleses e australianos.
São Paulo – Entre os alvos dos protestos que tomaram o Brasil nos últimos dias, está a Copa do Mundo de 2014. Parte dos manifestantes queixa-se dos altos custos das obras e afirma que os recursos deveriam ser usados em outros setores, como saúde.
Com o recrudescimento de alguns grupos que participam dos protestos, a Fifa já estaria cogitando cancelar a Copa das Confederações, considerada o ensaio geral para o Mundial do ano que vem. Em comunicado à Reuters, a Fifa negou que pense em suspender o torneio.
Ninguém ainda mencionou que a Copa de 2014 corre o risco de ser cancelada, mas, se isso ocorresse, diversos setores sofreriam grandes prejuízos. Veja, a seguir, os principais:
Hotéis
A Copa do Mundo animou redes hoteleiras de todos os portes e países. Um exemplo é a Accor , maior operadora de hotéis do mundo. Em julho de 2012, a empresa anunciou a aquisição das operações do grupo mexicano Posadas na América do Sul por 275 milhões de dólares. O principal alvo do negócio era o Brasil, já que 11 dos 15 hotéis adquiridos nesta transação ficam no país e visam a reforçar a estrutura da Accor para a Copa de 2014 e as Olimpíadas do Rio, em 2016. Os investimentos em curso da rede, no Brasil, já ultrapassam 1 bilhão de reais.
A Accor é um dos maiores exemplos de como os hotéis estão investindo para a Copa. A suíça Match Hospitality é a representante exclusiva da Fifa para credenciar hotéis que receberão as seleções, jornalistas e membros do comitê organizador, além dos turistas que virão para o torneio. Em todo o país, a Match credenciou 700 estabelecimentos, que estão investindo para se adequar ao padrão Fifa de acomodação.
Em 2011, a Jones Lang LaSalle, consultoria especializada em mercado imobiliário, já havia estimado que as redes investiriam 2,4 bilhões de reais apenas em novos empreendimentos para a Copa de 2014. A consultoria contabilizou, naquela época, 92 projetos estimulados pelo evento. De lá para cá, é provável que o valor tenha subido.
Aéreas
Outro setor que obviamente perderia com o cancelamento da Copa é o de aviação. Nesta semana, o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Valdir Simão, estimou que 600.000 estrangeiros virão ao Brasil para a Copa do Mundo. Segundo Simão, a projeção baseia-se na demanda dos ingressos para os jogos e foi passada pela Fifa.
As companhias aéreas estão entre as que mais investiram para atender à esperada demanda. Afinal, os jogos acontecerão em várias cidades e a necessidade de locomoção alimentará os negócios de empresas como a TAM e a GOL , as duas maiores aéreas do país.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a demanda deve crescer de 9% a 9,5% neste ano. Marcando uma freada na estratégia de expansão da frota, as empresas aéreas aproveitarão os eventos esportivos para aumentar sua rentabilidade, por meio do aumento da taxa de ocupação.
Neste ano, a TAM planeja reduzir em até 7% a sua oferta de assentos. Já na GOL, esse corte ficará entre 5% e 8%. Sem os torcedores lotando suas aeronaves, no ano que vem, a taxa de ocupação pode cair – e, com ela, a rentabilidade das empresas.
Patrocinadores
Nada menos que 20 empresas patrocinam oficialmente a Copa do Mundo de 2014, em três categorias: Adidas, Coca-Cola , Hyundai/Kia, Emirates, Sony, Visa, Budweiser, Castrol, Continental, Johnson & Johnson, McDonald's, Oi, Seara e Yingli. Por último, vêm os apoiadores nacionais: Apex, Centauro, Garoto, Itaú, Liberty Seguros e Wise Up.
A última empresa a fechar um acordo de patrocínio para a Copa foi a Centauro. O valor do contrato não foi divulgado, mas estima-se que os patrocinadores nacionais tenham pago de 8 milhões a 16 milhões de reais por ano para patrocinar o evento.
Eletroeletrônicos
O pico de venda de televisores em períodos de Copa do Mundo já é conhecido dos fabricantes. Em 2010, cerca de 15 dias antes do início do torneio da África do Sul, as varejistas registraram aumentos de vendas de até 100% sobre o mesmo período do ano anterior. O resultado surpreendeu os revendedores, pois, em 2006, às vésperas da Copa da Alemanha, as vendas haviam crescido 35% sobre o mesmo intervalo de 2005.
A aposta dos fabricantes para o próximo ano são as TVs de tela grande (acima de 46 polegadas). A Sony , por exemplo, espera um incremento de 50% nas vendas brasileiras em 2014.
Cartões de crédito
O grande fluxo de turistas sempre impulsiona o faturamento das operadoras de cartão de crédito em grandes eventos esportivos – afinal, nem sempre as pessoas têm moeda local para pagar as contas no país que visitam.
Para se ter uma ideia, no período da Copa do Mundo de 2010, os turistas estrangeiros gastaram 312 milhões de dólares, apenas com cartões Visa . Segundo a empresa, o volume foi 70% maior que o registrado no mesmo período de 2009. Somente os brasileiros que viajaram para lá gastaram 13,4 milhões, sendo a quarta maior nacionalidade no ranking de gastos, atrás de americanos, ingleses e australianos.