As empresas que encurtaram suas dívidas com a queda do dólar
Segundo levantamento feito pela Economatica com 104 companhias de capital no país, a Oi é a que mais deve se beneficiar da variação cambial
Luísa Melo
Publicado em 4 de julho de 2016 às 10h02.
São Paulo - De abril a junho, o dólar PTAX, taxa média das cotações, sofreu uma desvalorização de 9,81% em relação ao real.
Quando essa queda acontece, empresas brasileiras que têm dívidas na moeda acabam tendo ganhos financeiros, já que os passivos ficam menores em reais. E, assim, o lucro líquido trimestral delas pode até mesmo aumentar.
Segundo levantamento feito pela Economatica com 104 companhias de capital no país, a Oi é a que mais deve se beneficiar da variação cambial.
A operadora tinha uma dívida de 38,88 bilhões de reais em março. Convertendo os débitos para o valor de fechamento do dólar em 30 de junho, que foi de 3,20 reais, os números caem para 35,07 bilhões de reais.
Isso significa que ela conseguirá "recuperar" 3,81 bilhões de reais.
Abaixo, veja as empresas com o maior estoque de dívida em moeda estrangeira e o ganho financeiro que elas podem ter com a desvalorização do dólar, de acordo com a consultoria:
Empresa | Setor | Dívida total em moeda estrangeira em em março | Dívida total em moeda estrangeira em junho | Ganho financeiro |
---|---|---|---|---|
Oi | Telecomunicações | R$ 38,88 bilhões | R$ 35,07 bilhões | R$ 3,81 bilhões |
JBS | Alimentos e bebidas | R$ 29,67 bilhões | R$ 26,76 bilhões | R$ 2,91 bilhões |
Braskem | Química | R$ 19,71 bilhões | R$ 17,78 bilhões | R$ 1,93 bilhão |
Dufry A.G. | Comércio | R$ 16,15 bilhões | R$ 14,57 bilhões | R$ 1,58 bilhão |
Eletrobras | Energia Elétrica | R$ 13,97 bilhões | R$ 12,56 bilhões | R$ 1,36 bilhão |
BRF | Alimentos e bebidas | R$ 11,14 bilhões | R$ 10,05 bilhões | R$ 1,09 bilhão |
Embraer | Veículos e peças | R$ 9,91 bilhões | R$ 8,94 bilhões | R$ 972,39 milhões |
Suzano | Papel e celulose | R$ 9,33 bilhões | R$ 8,42 bilhões | R$ 916,03 milhões |
Fibria | Papel e celulose | RS 8,99 bilhões | R$ 8,11 bilhões | R$ 882,80 milhões |
Sabesp | Outros | R$ 6,26 bilhões | R$ 5,64 bilhões | R$ 614,15 milhões |
Total das 104 companhias | - | R$ 236,96 bilhões | R$ 213,72 bilhões | R$ 23,24 bilhões |
Ressalvas
A análise considera que 100% da dívida estrangeira das empresas está tomada em dólares, mas, na prática, elas podem ter passivos em outras moedas.
Muitos nomes de peso ficaram de fora da amostra porque, segundo a Economatica, não têm dados divulgados no plano padrão de contas obrigatório da CVM, como Petrobras, CSN, Vale e Gerdau.
O estudo também não considera qualquer tipo de cobertura cambial que as firmas possam ter efetuado no período, por meio, por exemplo, de operações de hedge.
O levantamento supõe que as empresas têm sua dívida em moeda estrangeira congelada de 31 de março a 30 junho, ou seja, que não fizeram nenhum tipo de novas captações ou pagamento.
São Paulo - De abril a junho, o dólar PTAX, taxa média das cotações, sofreu uma desvalorização de 9,81% em relação ao real.
Quando essa queda acontece, empresas brasileiras que têm dívidas na moeda acabam tendo ganhos financeiros, já que os passivos ficam menores em reais. E, assim, o lucro líquido trimestral delas pode até mesmo aumentar.
Segundo levantamento feito pela Economatica com 104 companhias de capital no país, a Oi é a que mais deve se beneficiar da variação cambial.
A operadora tinha uma dívida de 38,88 bilhões de reais em março. Convertendo os débitos para o valor de fechamento do dólar em 30 de junho, que foi de 3,20 reais, os números caem para 35,07 bilhões de reais.
Isso significa que ela conseguirá "recuperar" 3,81 bilhões de reais.
Abaixo, veja as empresas com o maior estoque de dívida em moeda estrangeira e o ganho financeiro que elas podem ter com a desvalorização do dólar, de acordo com a consultoria:
Empresa | Setor | Dívida total em moeda estrangeira em em março | Dívida total em moeda estrangeira em junho | Ganho financeiro |
---|---|---|---|---|
Oi | Telecomunicações | R$ 38,88 bilhões | R$ 35,07 bilhões | R$ 3,81 bilhões |
JBS | Alimentos e bebidas | R$ 29,67 bilhões | R$ 26,76 bilhões | R$ 2,91 bilhões |
Braskem | Química | R$ 19,71 bilhões | R$ 17,78 bilhões | R$ 1,93 bilhão |
Dufry A.G. | Comércio | R$ 16,15 bilhões | R$ 14,57 bilhões | R$ 1,58 bilhão |
Eletrobras | Energia Elétrica | R$ 13,97 bilhões | R$ 12,56 bilhões | R$ 1,36 bilhão |
BRF | Alimentos e bebidas | R$ 11,14 bilhões | R$ 10,05 bilhões | R$ 1,09 bilhão |
Embraer | Veículos e peças | R$ 9,91 bilhões | R$ 8,94 bilhões | R$ 972,39 milhões |
Suzano | Papel e celulose | R$ 9,33 bilhões | R$ 8,42 bilhões | R$ 916,03 milhões |
Fibria | Papel e celulose | RS 8,99 bilhões | R$ 8,11 bilhões | R$ 882,80 milhões |
Sabesp | Outros | R$ 6,26 bilhões | R$ 5,64 bilhões | R$ 614,15 milhões |
Total das 104 companhias | - | R$ 236,96 bilhões | R$ 213,72 bilhões | R$ 23,24 bilhões |
Ressalvas
A análise considera que 100% da dívida estrangeira das empresas está tomada em dólares, mas, na prática, elas podem ter passivos em outras moedas.
Muitos nomes de peso ficaram de fora da amostra porque, segundo a Economatica, não têm dados divulgados no plano padrão de contas obrigatório da CVM, como Petrobras, CSN, Vale e Gerdau.
O estudo também não considera qualquer tipo de cobertura cambial que as firmas possam ter efetuado no período, por meio, por exemplo, de operações de hedge.
O levantamento supõe que as empresas têm sua dívida em moeda estrangeira congelada de 31 de março a 30 junho, ou seja, que não fizeram nenhum tipo de novas captações ou pagamento.