São Paulo –Os brasileiros estão passando mais tempo no shopping center e gastando mais. Em 2016, o frequentador ficou 76 minutos, em média, no shopping, enquanto em 2012, o tempo médio era de 73 minutos.
O tíquete médio aumentou de dois anos para cá, de R$ 196,81 em 2012 contra R$ 243,82 este ano, em valores ajustados pelo IPCA.
Os dados constam da pesquisa bianual da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) em parceria com a GFK, empresa alemã de estudos de mercado.
Foram realizadas 3.327 entrevistas em Brasília, Belém, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto e São Paulo.
Segundo a pesquisa, a principal razão para o aumento do tíquete e das visitas pode ser, ironicamente, a crise econômica.
Com a alta do dólar, os consumidores de maior poder aquisitivo e que costumavam realizar compras no exterior deixaram de viajar e passaram a comprar nos shoppings, analisa a pesquisa. Esse público costuma gastar mais que duas vezes o valor gasto pela classe C.
O que eles buscam
Fazer compras é o maior motivo para visitar o shopping center, citado por 45% dos entrevistados. Em 2012, no entanto, a proporção era de 47%.
Ainda que nem todos os que visitam o centro saiam com alguma sacola nova, a proporção de pessoas que fazem alguma compra aumentou. Cerca de 59% fizeram alguma compra em sua última visita ao shopping e, em 2012, no entanto, essa fatia era de 48%.
Cerca de 72% dos frequentadores foi ao shopping buscando uma loja específica. A Renner motivou 9% das visitas, a C&A 7% e a Saraiva 4%.
Riachuelo, Centauro e Marisa também atraíram os consumidores. Em 2012, Lojas Americanas e Carrefour eram mais atraentes para 8% e 2% dos clientes, mas não apareceram no ranking deste ano.
O cinema ficou mais popular e se tornou um dos principais motivos para 7% dos visitantes em 2016, contra 4% quatro anos atrás, segundo levantamento da Abrasce.
A maioria dos entrevistados, 61%, vai ao cinema pelo menos uma vez por mês e, desses, 12% vão assistir a algum filme semanalmente.
Caixa eletrônico, lotérica e agência bancária foram serviços usados por grande parte dos clientes, apontou a pesquisa.
A visita à praça de alimentação não poderia deixar de faltar: 41% dos visitantes do shopping parou para comer algo.
Mais novos e solteiros
Os frequentadores dos centros de compra no Brasil estão cada vez mais novos. A presença de menores de 19 anos cresceu de 10% a 18% de 2012 a 2016.
Esse também é o público que passa mais tempo no local. São 81 minutos por visita, contra uma média de 76 minutos. Em 2012, a média total era de 73 minutos.
Enquanto mais adolescentes vão aos shoppings, o público com mais de 45 anos caiu, de 26% em 2012 para 20% em 2016.
Os solteiros também estão indo mais ao shopping. Eles representam 63% dos visitantes, contra 49% registrado em 2012. Esse público também visita mais o shopping, com cerca de 7,56 idas por mês.
A classe B corresponde à maioria dos frequentadores: eles são 50%. A classe A corresponde a 21% e a classe C, 29%. Em Salvador, a classe C corresponde à 46% dos visitantes. Já São Paulo tem os frequentadores mais ricos: 33% estão na classe A.
As mulheres representam pela maior parte do público, 59%. A cidade com a maior proporção de mulheres é Belém: em 2016, elas eram 68% dos frequentadores dos shoppings. Apenas Ribeirão Preto, entre as cidades pesquisadas, teve um público masculino maior do que o feminino: eles eram 56% dos entrevistados e elas, 44%.
Ainda que as mulheres sejam maioria dos visitantes, os homens têm uma frequência maior. Eles vão, em média, 8,11 vezes no shopping em um mês e as mulheres fazem 6,81 visitas por mês.
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1. Inovadoras
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1/15 (Divulgação)
São Paulo - No futuro, as lojas usarão espelhos inteligentes para sugerir os melhores produtos e as
empresas pedirão ajuda de consumidores para criar serviços melhores. É o que aponta a
pesquisa "Estágio da Aplicação nas Empresas Brasileiras das Principais Tendências de Relacionamento com Clientes e Consumidores”. A consultoria DOM Strategy Partners conversou com 247 varejistas de 20 setores, como hipermercados, bancos e telefonia, para entender qual será a cara do varejo no futuro. Ainda que a adoção das brasileiras seja baixa, a pesquisa destacou grandes exemplos nacionais, como o Pão de Açúcar, Bradesco e Diletto, que estão em linha com as principais
tendências globais. Para Daniel Domeneghetti, especialista da consultoria, as empresas precisam se adequar às mudanças no mercado, sem correr o risco de perder o foco. “Se não
inovarem, elas não existirão em 10 anos”, afirma. Confira nas imagens as 14 marcas do varejo do futuro.
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2. 1 - Fast Trending
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2/15 (REUTERS/Andrea Comas)
A
Zara quebrou paradigmas da moda. Ao contrário de peças feitas para durar, ela consegue lançar tendências mais rápido que as concorrentes em coleções curtas. “A roupa é como um pãozinho de padaria, quente e com produção rápida”, diz Domeneghetti. Segundo o especialista, o modelo de negócio da Zara, com estoques pequenos e de giro muito rápido, exemplifica bem a tendência Fast Trending. A tendência propõe aliar alta escala e rapidez com algum grau de especialização ou customização. No Brasil, o melhor exemplo é a rede
Habib’s. As esfihas, que são produzidas na hora e em larga escala, são o carro-chefe da empresa. Dessa forma, ela consegue ganhar margens com produtos acessórios, como as sobremesas e suco de laranja.
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3. 2 – Inovar no Engajamento
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3/15 (Divulgação)
As varejistas estão mais preocupadas em levar o consumidor a interagir com suas marcas e produtos. Elas disponibilizam canais, modelos, rotinas, programas e ações capazes de engajar o consumidor. A Chilli Beans é uma das varejistas que inovou nessa área. Para saber qual é são os melhores óculos para cada tipo de rosto, ela usa espelhos inteligentes e simulações. A sua própria vitrine usa big data para entender quais são os óculos mais populares naquele momento.
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4. 3 - Inacabado
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4/15 (Rafaella Reis/Wine.com.br)
Aqui, a ideia é que o produto final sempre vai estar inacabado. Ao adotar essa mentalidade, a empresa lança produtos mais rapidamente e pode adaptá-los ou até consertá-los de acordo com o feed back do cliente. Assim, ela ultrapassa a concorrência e tem produtos mais adequados ao mercado. Segundo a consultoria, essa tendência é adotada por 19% das empresas. A
Amazon e a Wine.com.br são as representantes dessa tendência. Por serem empresas digitais, elas são mais ágeis em seus lançamentos e atualizações.
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5. 4 – The Customer 360°
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5/15 (Divulgação Amazon)
Cada vez mais, companhias desenvolvem todas as suas operações tendo o
cliente como parte central. Do atendimento ao sistema de gestão, essas companhias pensam de fora para dentro. No entanto, nem todas conseguem seguir esse caminho. “Quando a empresa já tem uma estrutura interna, uma lógica, dinâmicas e processos definidos, é muito difícil adotar esse modelo”, afirma Domeneghetti. É muito mais simples para empresas novas e startups de tecnologia, como por exemplo a Amazon.com.
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6. 5 – Curadoria
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6/15 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Quando a empresa tem uma legião de consumidores fiéis, eles se tornam seus embaixadores e curadores. Mais do que revendedores de varejistas que operam com venda direta, esses clientes irão defender o negócio para outras pessoas. Um exemplo é a Apple: “são os próprios clientes que dão dicas sobre produtos e formas de uso nas redes sociais e em fóruns”, comenta o especialista da DOM Strategy Partners. A Wine.com.br usa recomendações de seus consumidores para sugerir vinhos a outros.
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7. 6 – Customização em massa
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7/15 (Divulgação)
Ainda que pareça um paradoxo, a customização em massa é uma das tendências apontadas no relatório da DOM Strategy Partners. Ao incorporar tecnologias, plataformas, canais e forte inteligência de dados, as companhias conseguem customizar e segmentar quase todos os seus produtos. É o caso do Subway, que faz cada sanduíche ao gosto do cliente, e o Banco do Brasil, bastante segmentado.
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8. 7 - Consumidores no centro da cadeia
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8/15 (Justin Sullivan/Getty Images)
Mais do que pedir a colaboração do usuário para aparar arestas soltas, algumas empresas contam com ele para construir o produto do zero, que pode ser desde um sabor novo a desenvolver um projeto. Cerca de 19% varejistas seguem essa linha. O
Google, por exemplo, já criou diversos serviços com a ajuda de comunidades online de desenvolvedores. O problema é que muitas vezes o consumidor não recebe pela sua colaboração. “O cliente deveria ter algum tipo de remuneração, não necessariamente financeira, pelo seu trabalho”, diz Domeneghetti.
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9. 8 – Entregar experiências
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9/15 (Michael Melo/EXAME)
Mais do que um simples produto, o consumidor quer receber uma oferta completa, uma experiência. Para o consultor, essa é a tendência, usada por 31% das varejistas, mais importante de todas, uma vez que muda a relação de um consumidor com a marca. Um dos exemplos da pesquisa é a Diletto. Mais do que um sorvete, ela entrega uma história junto com sua marca. A empresa também produz sabores específicos para lanchonetes parceiras, “entregando experiências diferentes”, afirma o especialista.
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10. 9 – Integração de canais
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10/15 (Sergio Moraes / Reuters)
No início, o varejo físico tinha apenas um canal de comunicação com o consumidor: a loja. Depois, criou franquias, venda direta, comércio eletrônico, atendimento ao cliente pelo telefone, chat e email, redes sociais. Esse aumento expressivo de canais trouxe diversos problemas para as varejistas, como a falta de integração das informações. Agora, as varejistas buscam reparar esse erro e ajustar todos seus canais de vendas e
atendimento. A tendência foi percebida em 41% dos negócios e o
Boticário e o
Itaú Unibanco são bons exemplos, de acordo com a consultoria.
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11. 10 – Varejo de dados
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11/15 (Luísa Melo/Exame.com)
Mais do que entender os hábitos do consumidor a partir de dados coletados nas lojas, essa tendência, que tem um grau de adoção de 28%, diz respeito à reestruturação de todo o negócio em torno de informações. Empresas como Google e Walmart são exemplo de como mudaram sua estrutura com o aumento da capacidade e inteligência da organização em coletar, compreender, beneficiar, armazenar, disponibilizar e utilizar os
dados. No futuro, o varejo também será mais mobile e convergente, aponta a pesquisa.
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12. 11- Flagships
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12/15 (Divulgação/Bauducco)
Tradicionalmente era vendida em supermercados e outras varejistas, a
Bauducco é uma das marcas que decidiu investir em lojas próprias. A Swift, fabricante de carnes, é outro exemplo. Elas buscam formas diferentes de expor seus produtos e construir sua marca, o que nem sempre é possível dentro de outra loja. Esse modelo ainda é pouco usado no Brasil, com apenas 12% de adoção.
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13. 12 – Combos
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13/15 (Divulgação)
O
McDonald’s é o melhor exemplo dessa tendência. Mais do que juntar batata frita e refrigerante ao lanche, ele também oferece sucos, água de coco, maçã, salada, sorvetes com doces diferentes. Para atender seu cliente da melhor forma possível, a rede de
fast food passou a vender produtos de outras marcas. “Ela compôs o seu portfólio de ofertas juntando produtos de terceiros. Mais vale satisfazer seu consumidor do que só vender produtos de marca própria”, comenta o especialista. O modelo é bem aderente no Brasil, atingindo 47% do setor.
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14. 13 – Sustentabilidade
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14/15 (Luísa Melo/EXAME.com)
Segundo a consultoria, o varejo está mudando seu entendimento sobre a responsabilidade de suas operações. “As companhias estão assumindo na prática seu papel na cadeia de transformação sustentável da sociedade e dos mercados”, diz a pesquisa. A
Natura, que valoriza produtos naturais e fabricação local, e o McDonald’s, envolvido em diversos projetos sociais, foram colocados como representantes da tendência, que tem 39% de adoção no Brasil.
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15. 14 – Longo prazo
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15/15 (Bloomberg/Adriano Machado)
De acordo com a consultoria, as empresas darão mais importância ao relacionamento de longo prazo com o consumidor do que o ganho imediato. Quanto mais tempo o cliente usa o serviço, mais ele será premiado. Seguindo essa tendência estão dois bancos, o
Bradesco e Santander. Para a consultoria, eles estão trabalhando para ter um relacionamento longevo com seus clientes, independente do ganho financeiro que ele ofereça a empresa.