As 5 maiores empresas de chocolate do Brasil
Saiba quem trava uma das mais doces disputas no mercado brasileiro
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 20h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h24.
São Paulo - Quem só pensa no sabor do chocolate pode esquecer que o produto é, para muitas empresas, sinônimo de negócio. No Brasil, a indústria de chocolate movimentou em torno de 5,6 bilhões de reais no ano passando. Segundo a Nielsen, só na Páscoa foram 60.180 toneladas do doce – o suficiente para abarrotar 100 superjumbos com a iguaria feita de cacau. Se os números impressionam, a concentração de mercado não passa batido: líderes no segmento, Nestlé e Kraft Foods respondem por nada menos que 76,6% do volume de chocolate vendido no país, conforme aponta o último levantamento da Euromonitor sobre o setor, com dados de 2010. Na visão de Ana Carolina Boyadjian, analista de alimentos da Lafis, o Nordeste deverá entrar no radar das empresas que quiserem brigar por um lugar ao sol, expandindo suas redes de distribuição. Foi o que fez a Kraft no ano passado, com a construção de uma fábrica em Pernambuco. O grande empecilho para a estratégia seria o clima quente da região, que exigiria mais investimentos para a acomodação adequada dos produtos. Veja, a seguir, quais são as maiores empresas de chocolate do país – e o que elas vêm fazendo para conquistar os chocólatras brasileiros:
Marcas conhecidas: Alpino, Baton, Charge, Chokito, Garoto, Kit Kat, Prestígio, Sensação, Suflair, Serenata de Amor e Talento Maior empresa de alimentos do mundo, a suíça Nestlé lidera a primeira posição do ranking com uma participação de 44,1% no mercado de chocolates, segundo a Euromonitor. É verdade que a gorda fatia lhe rende uma certa folga em relação às concorrentes. Mas esse número já foi maior no passado: em decisão de 2004, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entendeu que a compra da Garoto pela empresa teria incrementado em excesso a presença da Nestlé nas prateleiras. O Cade recomendou a venda da Garoto para outra companhia, de olho na parcela de 58% que a Nestlé teria abocanhado no mercado. A empresa contestou a decisão na Justiça. Completados dez anos da aquisição, o desenrolar do caso aguarda um parecer do Tribunal Regional Federal, que poderá aprovar o negócio, vetá-lo ou ainda solicitar a realização de um novo julgamento no Cade. Enquanto aguarda uma decisão, a Nestlé segue injetando dinheiro na Garoto. Entre 2008 e 2011, foram 250 milhões de reais em investimentos. Os pontos de venda da marca já somam 400.000 estabelecimentos.
Marcas conhecidas: Amandita, Bis, Confeti, Diamanete Negro, Lacta, Laka, Sonho de Valsa, Ouro Branco, Milka e Toblerone Enquanto não muda o nome para Mondelez, como anunciado em meados de março, a americana Kraft Foods celebra a chegada da Páscoa. De agosto a março, a empresa contratou 1,2 mil temporários para trabalhar na unidade de Curitiba, maior fábrica da empresa no mundo. O motivo foi um só: turbinar a produção de chocolate para consolidar a liderança em ovos, mantida pela Kraft há 15 anos. Em 2012, serão cerca de 27 milhões de unidades comercializadas. Considerado todos os formatos de chocolate e para além dessa época do ano, a Kraft desce para a segunda posição na lista das empresas que mais vendem chocolate. Segundo dados da Euromonitor de 2010, a participação da empresa é de 32,5% no mercado brasileiro. Apesar de ter chegado no país em 1993 com a compra da empresa de bebidas em pó Q-Resfresko, a Kraft só passou a carimbar seu nome nos bombons e barras depois de fechar a compra da centenária Lacta, em 1996.
Marcas conhecidas: Samba, Ben 10, Moranguinho, Rocklets, Tortuguita e Twister O grupo argentino Arcor também estreou no Brasil depois de fechar uma aquisição. Em 1981, a companhia comprou a Nechar Alimentos, fabricante de balas de Rio das Pedras, no interior de São Paulo. De lá para cá, investiu na instalação de outras fábricas e no lançamento de produtos. Inaugurada em 99, a unidade de Bragança Paulista é responsável pela produção de chocolates da empresa. Para colocá-la de pé, foram investidos 40 milhões de dólares. Hoje, a Arcor ocupa o terceiro lugar no pódio da Euromonitor. Mas a distância em relação à segunda colocada é abissal: com 3,6% do mercado de chocolates, a empresa está quase 30 pontos atrás da Kraft. Apesar de exportar balas e guloseimas para outros países, praticamente toda a produção de chocolate é destinada ao Brasil. Segundo a empresa, o volume produzido para a Páscoa este ano foi 20% maior que o registrado em 2011. Comemorando o aumento, a Arcor enfrenta, por outro lado, um recall de 545.000 unidades do ovo Rapunzel. O produto será retirado do mercado em função de uma falha na confecção do brinde, que acabou contaminando o gosto e o aroma do chocolate.
Marcas conhecidas: barras Hershey's e Kisses Depois de estrear no Brasil com a importação de chocolates americanos em 1998, a Hershey's iniciou sua primeira linha de produção no país em 2002. Seis anos depois, foi a vez da empresa se associar à Pandurata Alimentos, dona da Bauducco e da Visconti. A parceria aumentou a distribuição dos produtos da marca, que viu sua participação no mercado engordar desde então. Ainda que pareça modesta, a fatia de 2,9% em vendas, apontada no levantamento da Euromonitor, foi conseguida com pouco investimento em marketing: 2010 foi o ano da primeira campanha publicitária da empresa, mais de uma década depois da sua entrada no país. Daqui para frente, a ideia é mudar esse quadro. A Hershey's já anunciou a intenção de investir 25 milhões de dólares para expandir sua produção por aqui. A verba destinada à divulgação também deverá crescer 25% em 2012.
Marcas conhecidas: M&M, Twix e Snickers A americana Mars fecha o ranking das cinco maiores empresas com uma participação de 2,4% no mercado de chocolates no Brasil. A chegada no país aconteceu em 1978, depois da empresa comprar um moinho de arroz em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul. Mas foi apenas no fim dos anos 90, depois já ter se estabelecido no segmento de rações, que a companhia iniciou a produção de chocolate. Bastante lembradas pelo maciço investimento em publicidade, M&M e Twix são as maiores expoentes da marca no Brasil e no mundo.
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