As 20 frases que resumem Roberto Civita
Roberto Civita, falecido ontem, é a prova de que é possível defender sempre os mesmos princípios, em tempos de crise ou bonança econômica
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2013 às 16h34.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h35.
São Paulo – Em 2008, diante de uma renomada plateia de grandes empresários e políticos embevecida por um ano de faturamento recorde e PIB acima de 6%, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, Roberto Civita – falecido na noite deste domingo – pediu licença para, em noite de festa, não comemorar: lembrou, um a um, os itens estruturais que estavam ficando esquecidos na agenda pública por causa do bom momento vivido pelo Brasil. “Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar a oportunidade que esta fase de bonança econômica nos oferece”, disse então. Já durante a premiação de Melhores e Maiores de EXAME de 2009, deu-se o contrário: diante da míngua dos investimentos e do momento difícil da economia mundial, Civita sucintamente cravou que, mesmo diante do cenário tenebroso, havia poucos países melhores para se investir que o Brasil naquele momento, “com responsabilidade, é claro”. Nos dois casos, o criador das revistas VEJA e EXAME acertou. Enquanto os ventos favoráveis da economia motivaram a inanição por urgentes reformas estruturais antes da crise, tampouco a reação de medo do mercado, em 2009, provou-se completamente justificada, dada a posição do país diante do cenário externo. Roberto Civita podia remar contra a maré em momentos de exaltação ou refúgio econômico por apenas um motivo: jamais perdia o foco no longo prazo, como mostram as 20 frases desta galeria. Nelas, estão presentes ainda as defesas intransigentes do empreendedorismo e da livre iniciativa, da educação, da liberdade de imprensa e da democracia.
Revelando porque gostava dos encontros diários com políticos de todo tipo e grandes empresários: podia fazer as perguntas que quisesse
Resumindo, em 2011, uma caraterística de toda carreira: a visão de longo prazo, que proporcionava cautela em tempos de bonança e calma em tempos de turbulências
Em lembrete àqueles que culpam a imprensa pelas mazelas do país, em vez de seus reais problemas
Ementrevista ao Valor Econômico, defendendo que os veículos não devem ser “anódinos, sem cor, sem posição”
Em discurso em Melhores e Maiores da EXAME, em 2011
Chegando ao cerne da questão do que faz o Brasil um país tão burocrático e regido por um cipoal incontrolável de leis: a desconfiança nada benéfica contra cidadãos e empresas
Em discurso no EXAME Fórum, em 2005
Em 2010, ao receber um prêmio por inovação
É isto que falava a quem sugerisse mudanças nos rumos da revista Veja em seus primeiros anos, quando a publicação era deficitária e o Brasil ainda não tinha se acostumado a ler publicações semanais
Sobre os contatos e amigos que perdeu durante a publicação de uma série de reportagens de VEJA sobre Fernando Collor
Em discurso no EXAME Fórum, em 2004
Lembrando que a imprensa não está a serviço deste ou daquele governante e pode contrariar todos eles
Em audiência na Câmara dos Deputados, onde projetos de regulamentação da mídia e publicidade abundam
Lembrando, em um eufórico cenário pré-crise, em 2008, que o Brasil deveria aproveitar a bonança para as reformas estruturais há muito tempo necessárias
Atuando no lado oposto, no ano seguinte, já no furacão da crise, ao lembrar que o Brasil, apesar dos inúmeros problemas, tinha pontos fortes que nem a crise derrubaria. E que, ao longo prazo, ainda era um mercado para se investir
Em discurso na abertura de umfórum sobre democracia e liberdade, em 2011
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