Argentina Pomelo consegue mais US$ 15 milhões — e quer ganhar a América Latina
Fintech fez extensão de série A recebida há menos de um ano, de olho na internacionalização e lançamento de novos produtos na América Latina
Maria Clara Dias
Publicado em 18 de agosto de 2022 às 09h00.
Há menos de dois anos no mercado, a startup argentina Pomelo atua dos bastidores para permitir que o cenário efervescente das fintechs globais continue a todo vapor. A fintech criada em março de 2021 por Gastón Irigoyen, Hernan Corral e Juan Fantoni, três executivos com experiência no mercado de pagamentos, oferece a infraestrutura necessária para que fintechs e outras instituições bancárias e de varejo possam criar contas digitais e emitir cartões de crédito para seus clientes.
A Pomelo começou atendendo empresas do Brasil, México e Argentina, mas rapidamente se expandiu para dois outros países: Colômbia e Peru —adições que aconteceram nos últimos meses.
O que faz a Pomelo
A Pomelo permite que empresas tradicionais ou startups processem pagamentos e emitam cartões pré-pagos, de débito e crédito, sejam eles virtuais ou físicos, nas bandeiras Visa ou Mastercard.
Pela plataforma white label da Pomelo, essas empresas podem também oferecer contas virtuais e serviços ligados a criptoativos. Além de criar conta bancárias e fazer onboarding, ou seja, a validação de documentos. Esse último produto, ligado à prevenção de fraudes, foi estendido da Argentina para todos os outros mercados.
Por aqui, o modelo de negócios da Pomelo se aproxima de brasileiras como Hash e Swap, a “fábrica de fintechs”. A diferença, segundo os fundadores, é que a Pomelo já nasceu sob a premissa de auxiliar empresas que têm alguma intenção de internacionalizar seus negócios pela América Latina, uma vez que as emissões e processos regulatórios ficam mais simples com a integração criada pela startup.
Novo investimento
Com um mercado endereçável bilionário e que segue em ascensão, como é o caso dos pagamentos na América Latina, a startup acaba de ganhar um novo voto de confiança de um conjunto de investidores interessados em ajudar no plano de expansão do negócio.
A startup anunciou a captação de 15 milhões de dólares, em uma extensão da rodada série A recebida pela empresa em outubro do ano passado. Com o novo cheque, o investimento chega a 50 milhões de dólares. Somados esse e outros investimentos anteriores, a fintech soma 60 milhões de dólares captados.
O aporte atual vem, em grande parte, dos mesmo fundos de venture capital que investiram previamente na Pomelo. Entre eles estão Monashees, Index Ventures, Insight, Alter, Box Group, Clocktower, Latitud e SciFi. Novos entrantes, como o fundo Section 32, do fundador e CEO do Google Ventures Bill Maris, também fazem parte da rodada.
Segundo John Paz, diretor das operações da Pomelo no Brasil, o que justifica o aporte em um momento tão delicado para as startups globais e inconstância do venture capital está na entrega da startup no curto prazo. “Entregamos “tudo e mais um pouco” aos investidores. Houve uma confiança em tudo que estamos fazendo”, diz.
Da última captação até hoje, a empresa passou a atuar em dois novos mercados: Colômbia e Peru. Um recente acordo comercial com a Visa também permitirá que clientes de todos os cinco mercados onde está a Pomelo possam escolher qual bandeira preferem atribuir a seus cartões.
Novidades no portfólio
Em 2022, a Pomelo passou a oferecer um produto direcionado a pessoas jurídicas, de olho em empresas que querem atender o mercado corporativo e não apenas os consumidores finais. Atualmente, 30% dos clientes da Pomelo já são pessoas jurídicas.
Agora, com a extensão da captação, a startup pretende dedicar mais tempo e dinheiro à expansão internacional, com foco nos dois países onde chegou mais recentemente.
Parte do recurso também será usado para ampliar as soluções e o time de funcionários no Brasil, mercado mais promissor para a Pomelo, segundo o Gastón Irigoyen, CEO e cofundador da Pomelo. “Temos hoje 300 pessoas, e metade delas trabalha apenas para a operação brasileira. Vamos trazer mais gente e colocar pelo menos 10% ou 20% mais pessoas nessa equipe”, diz.
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