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ArcelorMittal investirá R$ 107 mi para produção de aço para pneus em MG

Recursos serão aplicados ao longo de três anos para elevar em 35% a capacidade de produção de cordoalhas de aço em fábrica em Itaúna

ArcelorMittal: expectativa é de que as obras de ampliação da fábrica de Itaúna comecem no início do segundo semestre (François Lenoir/Reuters)

ArcelorMittal: expectativa é de que as obras de ampliação da fábrica de Itaúna comecem no início do segundo semestre (François Lenoir/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de junho de 2018 às 17h10.

Última atualização em 20 de junho de 2018 às 17h12.

SÃO PAULO (Reuters) - A ArcelorMittal anunciou nesta quarta-feira investimento de 107 milhões de reais nos próximos três anos para aumentar a capacidade de produção de um tipo de aço voltado para reforço da estrutura de pneus de carros e caminhões e fabricado por unidade da empresa em Itaúna (MG).

O investimento será aplicado ao longo de três anos pela Belgo-Mineira Bekaert Artefatos de Arame (BMB) para elevar em 35 por cento a capacidade de produção de cordoalhas de aço (steel cord) da fábrica, disse a ArcelorMittal, que detém participação majoritária na empresa. A companhia não revela sua capacidade atual de produção.

Além da infraestrutura, os recursos serão usados em instalação de uma nova linha de latonagem (cobertura do arame com camada de latão), máquinas de trefilação e cablagem.

Segundo o presidente da Belgo Bekaert, Ricardo Garcia, o investimento permitirá à fábrica em Itaúna agregar mais etapas ao processo de produção que atualmente são feitas em outras unidades do grupo.

"Com o investimento, poderemos fazer o processo todo, ganharemos competitividade", disse Garcia, acrescentando que a empresa passará a ter condições de ganhar mais mercado local de importações. Segundo ele, hoje a BMB tem 75 por cento do mercado de cordoalha de aço no Brasil e os recursos tornarão "factível" para a empresa alcançar o nível de 85 por cento.

Nas contas da BMB, o Brasil produz por ano 69,6 milhões de pneus. As vendas de veículos no Brasil neste ano atravessam forte alta, recuperando-se após quatro anos seguidos de queda. De janeiro a maio, os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no país acumulam crescimento de 17 por cento e a produção tem alta de 12 por cento sobre o mesmo período do ano passado, segundo dados da associação de montadoras, Anfavea.

Além do mercado interno, a empresa avalia planos para exportações para mercados latinos, incluindo Chile, Colômbia e Costa Rica.

A expectativa é que as obras de ampliação da fábrica, que consome fio-máquina trefilado em usinas da ArcelorMittal como a de João Monlevade (MG), comecem no início do segundo semestre.

Bekaert e ArcelorMittal operam atualmente 10 fábricas no Brasil, por meio de parcerias, nas quais o grupo siderúrgico detém participação majoritária.

Questionado sobre o momento de aumento de incertezas sobre a economia e a situação político-eleitoral do país, principalmente após os impactos da greve dos caminhoneiros, Garcia afirmou que a BMB está vendo "boas perspectivas de médio e longo prazo na indústria automotiva".

"As montadoras têm hoje competitividade para exportar, além disso, se a atividade econômica retomar e a renda subir as pessoas vão investir em seus veículos", disse o executivo. Ele ressaltou, porém, que o investimento da empresa, um dos poucos anunciados recentemente no país para aumento de capacidade produtiva, também tem um propósito defensivo.

"(Cordoalha) é um produto em que estamos brigando principalmente aqui no Brasil com chineses e coreanos. Estamos atualizando tecnologias para nos tornar competitivos para enfrentarmos produtos importados", disse Ramos, citando ainda a guerra comercial entre os Estados Unidos e China, que pode resultar em desvio de fluxos de mercadorias.

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