Reese Witherspoon e Jennifer Aniston: atrizes foram contratadas pela Apple para estrelar a série "The Morning Show", que vai custar mais que "Game of Thrones", da HBO (Apple/Divulgação)
Carolina Riveira
Publicado em 20 de agosto de 2019 às 06h00.
Última atualização em 20 de agosto de 2019 às 16h34.
Em meio à guerra pelas assinaturas de serviços de streaming, as produtoras de conteúdo estão abrindo a carteira como nunca. Reportagem publicada pelo jornal britânico Financial Times aponta que a empresa de tecnologia Apple, em meio aos preparativos para lançar seu próprio serviço de conteúdo em vídeo nos próximos dois meses, já empregou mais de 6 bilhões de dólares para fazer séries e programas originais, segundo fontes próximas à empresa.
O gasto é seis vezes o que havia sido estabelecido pela Apple em 2017, quando começou a trabalhar no projeto de streaming e contratou os antigos executivos da Sony Jamie Erlicht e Zack Van Amburg para tocar a empreitada.
A joia da coroa será uma série com as atrizes Jennifer Aniston e Reese Witherspoon, batizada de "The Morning Show" e que contará a história de disputas internas entre repórteres e executivos de um telejornal americano (veja o trailer abaixo).
A Apple está investindo centenas de milhões de dólares no programa, ainda segundo o Financial Times. O valor seria mais que os 15 milhões de dólares por episódio que a HBO colocou na temporada final da aclamada série "Game of Thrones", exibida neste ano.
A HBO é conhecida por séries caras e bem produzidas, mas a Apple parece não querer ficar para trás. Outro grande investimento já anunciado pela Apple será a série "See", uma ficção-científica e drama escrita por Steven Knight, criador da série Peaky Blinders.
Apesar do bolso fundo, o investimento da Apple em conteúdo original ainda é, por ora, menor que os 15 bilhões de dólares que a Netflix -- pioneira em serviços de streaming de vídeo e atual líder do mercado -- planeja gastar neste ano em suas produções próprias. No entanto, segundo as fontes ouvidas pelo Financial Times, a Apple vem tentando ganhar os criadores de conteúdo de Hollywood ao oferecer condições de pagamento melhores, com pagamento mais cedo no projeto, por exemplo, e não ao longo de vários anos como faz a Netflix.
O serviço de streaming da Apple, anunciado oficialmente neste ano, será chamado de Apple TV+, e vem em um momento em que a empresa diversifica seu faturamento com novos serviços, em vista da queda nas vendas de seu principal produto, os celulares iPhone.
A companhia do presidente Tim Cook ainda não divulgou a data de lançamento de seu novo produto, mas a expectativa é que o TV+ vá ao ar dentro dos próximos dois meses. Se confirmada, a data seria antes mesmo do lançamento do rival Disney+, da Disney, cujo lançamento está marcado para 12 de novembro. Apple e Disney lançaram trailers de seus serviços nesta segunda-feira, 19.
A Disney, ao contrário da Apple, já produz conteúdo há mais de meio século e faz investimentos bilionários anualmente para seus filmes e séries do canal Disney Channel. Assim, de largada, a empresa já terá uma grande variedade de conteúdo para colocar na plataforma. O mesmo acontecerá com o serviço de streaming a ser lançado pela própria HBO, o HBOMax, que trará conteúdo do conglomerado de mídia AT&T (que conta também com a Warner).
Assim, a Apple tenta correr atrás das concorrentes, enquanto a Netflix, líder do mercado, se prepara para um possível êxodo de clientes rumo aos serviços das rivais. A guerra pelo streaming está só no começo -- e as empresas devem continuar abrindo a carteira.