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Após reformas, Hopi Hari fatura R$ 98 mi e diz ser “altamente rentável”

Parque em Recuperação Judicial fez melhorias nas atrações e teve lucro de R$ 12 milhões em 2021; expectativa é receber 1 milhão de visitantes em 2022

Hopi Hari (Hopi Hari/Divulgação)

Hopi Hari (Hopi Hari/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 30 de janeiro de 2022 às 11h01.

Última atualização em 31 de janeiro de 2022 às 10h02.

Em recuperação judicial desde 2016, o parque de diversões Hopi Hari faturou 98 milhões de reais em 2021, com lucro de 12 milhões de reais, segundo informações da atual gestão. Para o presidente, Alexandre Rodrigues, os números são uma prova de que o parque é viável economicamente. “O parque é altamente rentável e se paga facilmente”, afirmou em entrevista à EXAME.

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Segundo Rodrigues, o Hopi Hari recebeu em média 4.900 pessoas por dia no ano passado, com um total de 733 mil visitantes. Cada visitante gastou em média 133 reais no parque. Em 2021, o parque ficou aberto durante 8 meses, devido às restrições da covid-19. Para 2022, se ficar aberto o ano todo, a expectativa da atual administração é de cerca de 1 milhão de visitantes no ano e receita de até 160 milhões de reais.

Os números devem ser apresentados em detalhes para os credores da companhia, em assembleia na próxima quarta-feira, 2. Após ter sido adiada mais de uma vez, a reunião vai votar o plano de recuperação judicial da empresa. O principal credor do parque é o BNDES. “Estamos mostrando que o parque pode se manter e queremos pagar essa recuperação judicial”, afirma. A atual gestão está à frente do Hopi Hari desde meados de 2019. Hoje o principal acionista é a empresa Brooklyn Internacional Group, com sede nos Estados Unidos.

Rodrigues afirma que, de 2019 para cá, sua gestão tem organizado as finanças do parque e feito melhorias e reformas. Uma das medidas é A regularização de débitos feitos após o processo de recuperação judicial. Dentre as ações destacadas pela gestão estão o pagamento de salários e férias atrasados, a regularização de funcionários e o pagamento de contas e contratos em atraso.

O executivo afirma ainda que o parque está em processo de regularizar seu passivo tributário, que hoje é de cerca de 400 milhões de reais. “Desses 400 milhões, 250 milhões são problemas de declarações equivocadas e perdas de prazo da gestão anterior. Estamos com processo administrativo para transmitir as informações corretas”, afirma.

Um relatório de atividades da administração destaca também a realização de obras de melhorias, sendo a principal delas para solucionar um problema de erosão que estava colocando um prédio administrativo em risco, no valor de 2,6 milhões de reais. Foram realizadas também reformas e trocas de equipamentos em atrações, como o Rio Bravo, Kastel das Lendas e Montezum.

Disputas na Justiça

A assembleia de credores ocorre em meio a uma série de disputas judiciais. Uma parte dos credores havia conseguido na Justiça autorização para que, além de analisar o plano de recuperação judicial, a assembleia pudesse também analisar a substituição dos atuais administradores do parque. Uma queixa é a demora em concluir a recuperação judicial que já se arrasta há mais de cinco anos. A decisão foi suspensa pelo Tribunal de Justiça.

Outra demanda era que a assembleia pudesse discutir a proposta de um grupo de investidores interessados em comprar o parque. Um grupo de empresas formado por Beto Carrero World, Playcenter e Wet'n Wild, Senpar, RTSC e KR Capital, apresentou uma proposta de compra do parque no dia 26 de outubro de 2021, poucos dias antes da data marcada para apreciação do plano de recuperação judicial do parque.

Um juiz da comarca de Vinhedo determinou então que a assembleia de credores fosse postergada para que os credores tivessem acesso à proposta de compra.

O parque entrou com pedido para que o tema não pudesse ser discutido na assembleia, uma vez que se trata de uma proposta de terceiros, que não têm relação com o processo de recuperação judicial. Um parecer da Procuradoria-Geral de Justiça foi favorável ao pedido do Hopi Hari, e recomendou proibir a “admissão de proposta de plano de recuperação alternativo ou de participação de terceiros na assembleia a ser realizada”.

O presidente do Hopi Hari classifica a proposta do grupo investidor como um “tumulto jurídico”, e ressalta que o grupo é formado por concorrentes do parque.

Contatado, o grupo investidor disse em nota que desconhece qualquer decisão judicial que impeça que sua proposta seja votada na próxima assembleia de credores. Diz ainda que seu interesse é no “desenvolvimento econômico dos quatro municípios que integram o Distrito Turístico de SerrAzul”.

“Neste sentido, visando evitar a possível falência do parque, o grupo foca em adquiri-lo em completo alinhamento com os credores, prezando pela saúde financeira e perenidade do Hopi Hari, o que inclui a quitação de dívidas, passivos tributários e recolhimento de tributos”, diz a nota.

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