Negócios

Após quase dois anos, Aché terá presidente

A farmacêutica nacional anunciou a contratação de Paulo Nigro, que estava à frente da empresa de embalagens Tetra Pak


	Paulo Nigro: o Aché é considerado um dos laboratórios farmacêuticos mais rentáveis do Brasil
 (Divulgação)

Paulo Nigro: o Aché é considerado um dos laboratórios farmacêuticos mais rentáveis do Brasil (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 08h08.

São Paulo - Depois de quase dois anos à procura de um presidente executivo, a farmacêutica nacional Aché, uma das maiores do País, anunciou na terça-feira, 28, a contratação de Paulo Nigro, que estava à frente da empresa de embalagens Tetra Pak, para o cargo. O executivo assumirá a nova função a partir do dia 3 de novembro.

A companhia, que pertence às famílias Dellape Baptista, Siaulys e Depieri, estava sem presidente desde fevereiro de 2013. Desde então, a farmacêutica era administrada por um comitê de gestão de três executivos, apoiados pelo presidente do conselho de administração, Adalberto Dellape Baptista.

Esse comitê foi criado após a saída do executivo José Ricardo Mendes da Silva, considerado o homem de confiança dos Depieri. Silva está à frente da BR Pharma, que pertence ao BTG, desde o fim do ano passado.

Em comunicado, Nigro afirmou que "encara com entusiasmo o novo desafio no Aché, uma empresa inovadora, que vive um momento extremamente positivo".

O Aché é considerado um dos laboratórios farmacêuticos mais rentáveis do Brasil. Todo ano paga gordos dividendos aos seus controladores, segundo fontes de mercado.

No ano passado, a companhia encerrou com receita líquida de R$ 1,9 bilhão e lucro líquido de R$ 403,8 milhões. Há três anos, o Aché estava preparado para abrir capital na Bolsa, mas desistiu porque as condições de mercado não eram favoráveis.

Há dois anos, os controladores do Aché foram procurados por multinacionais para a vender o controle da empresa, mas, apesar de diversas ofertas de grupos importantes, o negócio não foi adiante. Ninguém se dispôs a pagar os altos preços cobrados pelos donos.

À época, fontes afirmaram que os controladores pediram quase R$ 15 bilhões pelo negócio, aproximadamente 25 vezes o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia. Oficialmente, o Aché nunca confirmou que esteve à venda.

Outros negócios

Além da participação no laboratório Aché, os controladores mantêm importantes negócios independentes. A família Baptista, por exemplo, controla a Partage, de empreendimentos imobiliários. Os Siaulys possuem redes de hotéis de luxo, como o Unique.

Os Depieri são investidores do mercado financeiro. As famílias também estão entre os acionistas da BR Pharma, braço de varejo farmacêutico do BTG.

A farmacêutica engrossou nos últimos anos o movimento de consolidação do setor. Em 2003, o laboratório incorporou a alemã Asta Médica do Brasil.

Mas foi em 2005 que deu seu maior salto, com a compra da Biosintética Farmacêutica, que possibilitou à companhia entrar no segmento de genéricos - hoje os produtos são vendidos sob a marca Genéricos Biosintética.

Em 2010, a empresa adquiriu 50% da Melcon, de Anápolis (GO), marcando sua entrada em hormônios.

O Aché também faz parte da Bionovis, superfarmacêutica criada com o apoio do governo federal para produzir medicamentos biossimilares, que tem entre seus sócios a EMS, Hypermarcas e União Química.

O Aché tem quase 280 marcas de produtos em 690 apresentações de medicamentos sob prescrição, isentos de prescrição e genéricos. A empresa também atua em dermatologia e nutracêuticos, que oferecem margens mais altas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Empresasgestao-de-negociosIndústria farmacêuticaAchéEmbalagens

Mais de Negócios

'Algumas situações podem ser potencializadas com IA, mas com limites', diz diretora do Dante

Construtora de residencial mais alto de BC projeta dobrar vendas em 2026

Banco da Amazônia anuncia nova unidade em São Paulo

De trailer usado a negócio de US$ 500 mil: a cafeteria móvel que virou caso de gestão lucrativa