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Após perder Citi e HSBC, Santander ainda busca ativos no país

Segundo a presidente global do banco, serão analisadas "opções estratégicas que somem ao mix de negócios e cumpram critérios financeiros"

Santander: o nome do Santander é levantado como possível comprador do banco Original (Phil Noble/Reuters)

Santander: o nome do Santander é levantado como possível comprador do banco Original (Phil Noble/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de julho de 2017 às 12h01.

Madri - Embora tenha deixado passar duas oportunidades de aquisição que o permitiriam crescer no Brasil, o Santander continua interessado em fechar negócio no País, afirmou ontem a presidente global do Santander, Ana Botín.

Em 2015, o banco perdeu para o Bradesco a disputa pelo HSBC no País e, no ano passado, também não levou as operações de varejo do Citi no mercado brasileiro, que passaram para as mãos do Itaú.

"Vamos analisar opções estratégicas que somem ao mix de negócios do banco e cumpram critérios financeiros", disse a executiva, durante o 16.º Encontro Santander América Latina, em Madri, na Espanha.

Atualmente, o nome do Santander é levantado como possível comprador do banco Original - que faz parte da holding J&F, dona da JBS, que está no centro da atual crise política que o Brasil enfrenta - e também da Guide Investimentos, plataforma do banco Indusval, conforme antecipou o Estadão/Broadcast nesta semana. A expectativa de apetite em relação às corretoras se intensificou após a compra da XP pelo Itaú, em maio.

Também presente ao encontro, o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, negou que esteja negociando plataformas de investimentos, incluindo o Original.

O executivo acrescentou, no entanto, que as oportunidades de mercado vão e vêm. A ordem, disse Rial, é comprar ativos que não possam ser desenvolvidos dentro de casa pela instituição.

A presidente global do Santander classificou os resultados do banco no Brasil como "excelentes" - o País retomou a liderança na geração de lucros da instituição no ano passado, depois de ter sido ultrapassado em 2014 e 2015 pelo Reino Unido. O Santander é o terceiro maior banco privado do Brasil, com ativos de R$ 713,5 bilhões, atrás somente de Itaú Unibanco e Bradesco.

Diante do porte e relevância da operação brasileira, Botín afirmou que o peso da América Latina nos resultados do banco deve continuar a crescer. No primeiro trimestre deste ano, a região já representou 44% do movimento global da instituição, contra 40% do mesmo intervalo do ano passado.

Imóveis

Para tentar continuar a crescer e ampliar sua rentabilidade, que atingiu 15,9% ao fim de março - contra 18,3% do Bradesco e 22% do Itaú -, uma das frentes de trabalho do banco será uma agressividade maior no financiamento imobiliário.

Hoje, o Santander está na quarta posição deste segmento no País, atrás de Caixa Econômica Federal, Itaú e Bradesco.

De janeiro a maio, o Santander financiou R$ 1,76 bilhão entre projetos de construção e aquisição de imóveis, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Seu concorrente direto, na terceira colocação do ranking do setor, o Bradesco somou R$ 3,23 bilhões.

Para se tornar mais relevante em financiamento imobiliário, o banco vai anunciar hoje uma nova plataforma, que inclui redução de juros para o financiamento da casa própria e oferta de serviços digitais, tanto para pessoa física quanto para jurídica.

"Vamos financiar imóveis com juros abaixo de 10% e o prazo médio de aprovação e liberação dos recursos, que hoje é de 90 dias a 120 dias, deve cair para 60 dias em um primeiro momento", disse Rial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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