Gafisa: construtora avisou a fornecedores que suspendeu o pagamento por produtos e serviços adquiridos até o dia 26 de novembro
Denyse Godoy
Publicado em 18 de outubro de 2018 às 13h05.
Última atualização em 18 de outubro de 2018 às 14h04.
A construtora Gafisa, que está passando por uma reestruturação desde o final do mês passado, avisou a fornecedores que suspendeu temporariamente o pagamento por produtos e serviços adquiridos.
Os pagamentos foram interrompidos em 15 de outubro, segundo comunicado a fornecedores ao qual EXAME teve acesso. O processo de quitação dos compromissos deve ser restabelecido até 26 de novembro, quando cada fornecedor será informado do prazo para o recebimento de sua parte. “Estamos passando por um momento de transição na liderança administrativa da companhia, e nesse processo estamos reavaliando algumas estratégias internas”, disse o comunicado.
No dia 28 de setembro, o novo conselho de administração da Gafisa, eleito três dias antes, trocou toda a diretoria da companhia. O chacoalhão na construtora é obra do gestor coreano Mu Hak You, dono do fundo GWI, o qual, comprando ações da construtora no mercado ao longo dos últimos 12 meses, tornou-se o maior investidor na companhia, com uma participação de 32,5%. You é uma figura polêmica no mercado financeiro brasileiro, tido como talentoso para encontrar boas oportunidades, mas também arrogante e agressivo no trato com parceiros e funcionários.
A Gafisa perdeu 80% de valor de mercado em meio à crise do setor de construção civil brasileiro por causa da recessão que durou de 2014 a 2016. Desde as mudanças do final do mês passado, ganhou 20%, chegando aos 582 milhões de reais. No início da tarde quinta-feira, a ação da companhia subia 1,1%, cotada a 13,42 reais, enquanto o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa local, recuava 1,4%, a 84.568 pontos.
A decisão de suspender temporariamente os pagamentos a fornecedores “faz parte da reestruturação da empresa para melhoria de processos e fluxo de pagamentos. A Gafisa reitera que reestabelecerá o processo de pagamentos no prazo máximo informado no comunicado”, disse a empresa em resposta a questionamento de EXAME.