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Após decidir unificar produção, Honda abre programa de demissões

Montadora abriu um programa de demissão voluntária nas fábricas de Sumaré e Itirapina, no interior de São Paulo, que empregam cerca de 3 mil funcionários

Honda (Ramon Costa/Getty Images)

Honda (Ramon Costa/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de outubro de 2021 às 08h57.

Última atualização em 18 de outubro de 2021 às 13h46.

Em meio à crise da falta de componentes eletrônicos para a produção de veículos, a Honda decidiu abrir um programa de demissão voluntária (PDV) nas fábricas de Sumaré e Itirapina, ambas no interior de São Paulo. Juntas elas empregam cerca de 3 mil funcionários.

A Honda alega que, além do cenário de incertezas, vai concluir, em dezembro, a transferência de toda a produção de automóveis da unidade de Sumaré para a de Itirapina, processo iniciado em 2019.

A Honda informou que, no momento, não trabalha com uma meta de adesão ao PDV. "O foco é atender os colaboradores que têm enfrentado dificuldades para a transferência ou não se adaptaram à região de Itirapina (um grupo já havia sido transferido para a outra fábrica nos últimos meses)", disse.

A empresa oferece 12 salários extras para quem aderir, valor referente a 12 meses de plano de saúde, cartão vale alimentação de R$ 250 ao mês por seis meses e três meses de orientação profissional assistida.

"A empresa não tem necessidade de fazer o PDV", afirma Sidelino Orsi Junior, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região. "A empresa está aproveitando para fazer uma reestruturação para reduzir salários, pois a média salarial em Sumaré é de R$ 5 mil, enquanto em Itirapina é muito menos", diz.

A entidade é contrária ao PDV e realiza nesta quinta, 14, às 5h10, assembleia com os trabalhadores da unidade de Sumaré. Nesta sexta, 15, será a assembleia em Itirapina, comandada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira e Região.

Em nota, a Honda diz que vem reestruturando suas atividades produtivas desde 2019, com o objetivo de aumentar a competitividade e a sustentabilidade da operação no longo prazo. Inaugurada em março de 2019, depois de ficar fechada por três anos, a fábrica já produz os modelos WRV, HRT e parte do Fit. Ainda faltam transferir a produção de Civic, City e parte do Fit.

"A última etapa do plano de transferência ocorre em um novo cenário, em que a indústria automotiva vem sendo impactada pela pandemia de covid-19. A desvalorização do real, a inflação de matérias-primas e a crise no abastecimento de componentes reduziram os volumes de produção em 2020 e em 2021, criando ociosidade em toda a indústria, e o cenário futuro ainda apresenta incertezas".

Greve na GM

Os mais de 4 mil trabalhadores da General Motors de São Caetano do Sul, no ABC paulista, em greve há sete dias, devem retomar atividades hoje. Nesta quarta, 13, a greve foi julgada não abusiva pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que determinou, contudo, a volta ao trabalho para hoje. Se a decisão não for cumprida, o TRT pode reverter a decisão para greve abusiva e o Sindicato dos Metalúrgicos terá de pagar multa de R$ 50 mil por dia parado.

Segundo o presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva, os trabalhadores conquistaram, entre outros itens, correção integral da inflação, de 10,4%, retroativos aos salários de setembro e a manutenção da cláusula que assegura estabilidade aos empregados portadores de doenças ocupacionais. Hoje, às 6h, haverá assembleia para que os funcionários decidam se voltam ou não.

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