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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
Em mais um capítulo da batalha travada entre as duas maiores cervejarias do mundo, a americana Anheuser-Busch anunciou nesta sexta-feira um plano de recompra de ações e de corte de custos que tem como objetivo a valorização de suas ações. A alta dos papéis deve tornar menos atrativa para seus acionistas a oferta de compra apresentada pela cervejaria belgo-brasileira InBev, que no Brasil controla a AmBev.
Com medidas como o corte de 10% a 15% de seus funcionários contratados por meio de um programa de aposentadoria antecipada, a Anheuser-Busch, cuja marca mais famosa é a Budweiser, planeja reduzir as despesas anuais em 1 bilhão de dólares. Além disso, a empresa também anunciou que seu lucro neste ano deve ter o maior crescimento em seis anos e que vai gastar 7 bilhões de dólares em 2008 e 2009 com um plano de recompra de suas próprias ações que circulam no mercado. O plano surtiu efeito imediato. Às 12h50 (horário de Brasília), as ações da empresa avançavam 2% na Bolsa de Nova York.
Nesta quinta-feira, a cervejaria americana recusou formalmente a oferta de compra no valor de 46 bilhões de dólares apresentada pela InBev. O executivo-chefe da empresa, August A. Busch IV, afirmou que o conselho considerou a proposta "inadequada" por subestimar o valor dos ativos e das suas principais marcas. A oferta embute um prêmio de 35% sobre o valor das ações antes de sua apresentação.
Imediatamente a InBev deu os primeiros sinais de que tentará comprar a Anheuser-Busch mesmo contra a vontade de seu conselho, reapresentando a proposta diretamente aos acionistas minoritários. A cervejaria americana tem seu bloco de controle pulverizado no mercado. A InBev recorreu à Justiça do estado americano de Delaware para obter uma declaração legal de que todos os 13 conselheiros da empresa podem ser destituídos caso essa seja a vontade da maioria dos detentores de ações da Anheuser-Busch. Dessa forma, a InBev poderia fechar o negócio à revelia da direção da cervejaria americana.
A maioria dos analistas de mercado, entretanto, acredita que a InBev só conseguirá fechar a compra com a apresentação de uma nova oferta - e o pagamento de um prêmio mais alto.
Com agências internacionais