Analistas temem que mudança de gestão possa gerar incertezas à Petrobras
No documento, a petroleira afirma que a situação está mudando rapidamente na companhia e que não há certeza quanto ao resultado da Assembleia Geral Extraordinária
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de março de 2021 às 16h32.
O relatório 20F da Petrobras arquivado nesta quinta-feira na U.S. Securities and Exchange Commission (SEC) diz que possíveis mudanças na composição do Conselho de Administração e da equipe podem resultar em incertezas adicionais significativas à empresa. No documento, a petroleira afirma ainda que a situação está mudando rapidamente na companhia e que não há certeza quanto ao resultado da Assembleia Geral Extraordinária, marcada para o próximo dia 12 de abril, em relação à composição do Conselho de Administração ou da equipe de gestão.
"É difícil prever as futuras decisões estratégicas, de negócios ou políticas ou visões que quaisquer membros recém-eleitos de nosso Conselho de Administração ou nossa equipe de gestão podem tomar ou ter, e não podemos prever como isso afetará nossos negócios, nossos resultados operacionais e nossa condição financeira, que por sua vez poderia afetar adversamente o valor de nossos títulos", diz.
A empresa comenta que o seu Plano Estratégico consiste na avaliação contínua do ambiente de negócios e na implementação de suas estratégias, permitindo que os ajustes sejam feitos de forma mais eficiente. E afirma que "quaisquer mudanças em nosso Conselho de Administração e nossa equipe de gestão, podem afetar não apenas nossa capacidade de implementar nosso Plano Estratégico, mas se esse Plano Estratégico permanece em vigor, bem como a direção de quaisquer planos estratégicos subsequentes incluindo decisões relacionadas à gestão de nossas operações e investimentos".
A eleição do Conselho de Administração ocorrerá na Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada em 12 de abril de 2021. Na noite da quarta-feira, quatro diretores da Petrobras anunciaram que pretendem deixar a companhia junto com o presidente Roberto Castello Branco, que está com o mandato vencido desde o dia 20, mas que aceitou ficar mais alguns dias no cargo até que o general Joaquim Silva e Luna tenha o nome aprovado para comandar a empresa.
Os diretores executivos Andrea Almeida, diretora Financeiro e de Relações com Investidores, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, diretor de Exploração e Produção, André Chiarini, diretor de Trading e Logística, e Rudimar Andreis Lorenzatto, diretor de Produção Diretor de Desenvolvimento, informaram ao conselho que não pretendem renovar seus respectivos mandatos dos cargos.
"Embora seus mandatos tenham expirado em 20 de março de 2021, eles continuarão no cargo até que seus sucessores sejam nomeados de acordo com a legislação brasileira. Em 24 de março de 2021, nosso Conselho aprovou a nomeação de Salvador Dahan como nosso novo Diretor de Governança e Conformidade, para entrar em vigor após a conclusão de todos os processos internos. Caso existam vagas no Conselho de Administração ou na alta administração, é possível que tais cargos não sejam preenchidos prontamente", informa a companhia.
O documento da Petrobras reafirma que é possível que membros do Conselho de Administração renunciem antes da Assembleia Geral Extraordinária.
"Espera-se que nosso CEO saia assim que sua destituição for aprovada por maioria de votos na Assembleia Geral Extraordinária. Também é possível que nosso CFO e outros membros de nossa alta administração possam se afastar, seja por rescisão ou renúncia, após a Assembleia Geral Extraordinária", diz a empresa.