Ana Botín não teme crise e mantém otimismo com Santander
A presidente do conselho do banco espanhol está dando um voto de confiança ao país
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2015 às 19h26.
O Banco Santander SA resistiu à desvalorização cambial vivida pelo Brasil em 1999 e ao quase calote de 2002.
Agora, em um momento em que alguns investidores estão fugindo dessa economia cambaleante, afundando-a ainda mais na crise financeira, a presidente do conselho do banco espanhol, Ana Botín, está dando um voto de confiança ao país.
“Eles sempre escolheram fazer as reformas, tomar as decisões difíceis, que não são fáceis para o povo, não são fáceis para a economia, e é isso que está acontecendo no momento”, disse Botín, 54, em entrevista, em Londres.
Embora um cenário “mais negativo” que implique em anos de estagnação seja uma possibilidade, ela previu um retorno ao crescimento já no ano que vem.
Isso marcaria uma grande reviravolta a partir deste ano. Em um momento em que os mercados cambial, de ações e de bonds estão em queda e a presidente Dilma Rousseff tenta repelir os pedidos de impeachment, o governo estimou, na terça-feira, que a economia encolherá 2,4 por cento.
Paralisada por um escândalo de corrupção que envolve a companhia petrolífera controlada pelo Estado, a Petrobras, Dilma tem tido dificuldades para aprovar no Congresso medidas pensadas para reduzir o déficit fiscal, necessárias para reforçar a confiança do investidor e conter a fuga de capital. O real atingiu o nível mais baixo em relação ao dólar na quarta-feira e está em baixa de 36 por cento neste ano.
Novas metas
O Banco Santander, que obtém um quinto de seu lucro no Brasil, verá os resultados “arrastados para baixo” pelas desvalorizações das moedas latino-americanas neste ano, disse Botín.
Botín, que assumiu o lugar de seu falecido pai há um ano, está se reunindo com investidores em Londres nesta semana para apresentar as novas metas do maior banco da Espanha. Na quarta-feira, a empresa disse que está intensificando os planos para reforçar as reservas de capital e que busca aumentar seu dividendo.
Embora a queda de 32 por cento no preço das ações do banco neste ano reflitam o temor a respeito da desaceleração do crescimento global e a corrida para venda nos mercados emergentes, cerca de metade dos lucros do Santander vem de mercados desenvolvidos como EUA e Alemanha, disse Botín.
“Trata-se de uma divisão entre mundo em desenvolvimento e mundo desenvolvido e isso nos dará uma estabilidade maior que a dos demais”, disse ela. “Por isso, se as coisas ficarem muito ruins, nós deveremos nos sair melhor que os demais. Agora nós seremos afetados, mas menos que os outros”.
Reformulação no Brasil
O ano que vem não trará as mesmas mudanças drásticas no Santander que os 12 meses anteriores, quando Botín aumentou o capital e substituiu alguns dos principais gerentes em mercados importantes, como Estados Unidos e Brasil, disse ela.
Em vez disso, o banco continuará focado em ampliar os lucros e as proporções de capital e conquistar clientes. As aquisições não serão uma prioridade, disse ela.
“Temos um enorme potencial de crescimento apenas com nossos clientes atuais, por isso não precisamos comprar”, disse Botín, na entrevista.
No mês passado, o Santander perdeu uma disputa de ofertas pela unidade brasileira do HSBC Holdings Plc para o Banco Bradesco SA.
A aquisição teria ajudado o Santander a reforçar seu montante de R$ 598 bilhões (US$ 143 bilhões) em ativos no país ao agregar o sétimo maior banco do Brasil, com R$ 146 bilhões em ativos.
O Santander é o terceiro maior banco não-estatal do país, segundo dados do Banco Central.
A empresa-mãe ficou com cerca de 75 por cento de sua unidade brasileira após comprar as ações de alguns investidores minoritários, quase um ano atrás.
As ações do Santander Brasil estão em baixa de 2,5 por cento neste ano.
Botín nomeou Sérgio Rial como CEO de sua unidade brasileira no início deste mês para o lugar de Jesus Zabalza, que estava no comando desde abril de 2013. O banco trocou de CEO no Brasil a cada dois anos desde que comprou as operações do ABN Amro Bank NV, em 2007.
O Banco Santander SA resistiu à desvalorização cambial vivida pelo Brasil em 1999 e ao quase calote de 2002.
Agora, em um momento em que alguns investidores estão fugindo dessa economia cambaleante, afundando-a ainda mais na crise financeira, a presidente do conselho do banco espanhol, Ana Botín, está dando um voto de confiança ao país.
“Eles sempre escolheram fazer as reformas, tomar as decisões difíceis, que não são fáceis para o povo, não são fáceis para a economia, e é isso que está acontecendo no momento”, disse Botín, 54, em entrevista, em Londres.
Embora um cenário “mais negativo” que implique em anos de estagnação seja uma possibilidade, ela previu um retorno ao crescimento já no ano que vem.
Isso marcaria uma grande reviravolta a partir deste ano. Em um momento em que os mercados cambial, de ações e de bonds estão em queda e a presidente Dilma Rousseff tenta repelir os pedidos de impeachment, o governo estimou, na terça-feira, que a economia encolherá 2,4 por cento.
Paralisada por um escândalo de corrupção que envolve a companhia petrolífera controlada pelo Estado, a Petrobras, Dilma tem tido dificuldades para aprovar no Congresso medidas pensadas para reduzir o déficit fiscal, necessárias para reforçar a confiança do investidor e conter a fuga de capital. O real atingiu o nível mais baixo em relação ao dólar na quarta-feira e está em baixa de 36 por cento neste ano.
Novas metas
O Banco Santander, que obtém um quinto de seu lucro no Brasil, verá os resultados “arrastados para baixo” pelas desvalorizações das moedas latino-americanas neste ano, disse Botín.
Botín, que assumiu o lugar de seu falecido pai há um ano, está se reunindo com investidores em Londres nesta semana para apresentar as novas metas do maior banco da Espanha. Na quarta-feira, a empresa disse que está intensificando os planos para reforçar as reservas de capital e que busca aumentar seu dividendo.
Embora a queda de 32 por cento no preço das ações do banco neste ano reflitam o temor a respeito da desaceleração do crescimento global e a corrida para venda nos mercados emergentes, cerca de metade dos lucros do Santander vem de mercados desenvolvidos como EUA e Alemanha, disse Botín.
“Trata-se de uma divisão entre mundo em desenvolvimento e mundo desenvolvido e isso nos dará uma estabilidade maior que a dos demais”, disse ela. “Por isso, se as coisas ficarem muito ruins, nós deveremos nos sair melhor que os demais. Agora nós seremos afetados, mas menos que os outros”.
Reformulação no Brasil
O ano que vem não trará as mesmas mudanças drásticas no Santander que os 12 meses anteriores, quando Botín aumentou o capital e substituiu alguns dos principais gerentes em mercados importantes, como Estados Unidos e Brasil, disse ela.
Em vez disso, o banco continuará focado em ampliar os lucros e as proporções de capital e conquistar clientes. As aquisições não serão uma prioridade, disse ela.
“Temos um enorme potencial de crescimento apenas com nossos clientes atuais, por isso não precisamos comprar”, disse Botín, na entrevista.
No mês passado, o Santander perdeu uma disputa de ofertas pela unidade brasileira do HSBC Holdings Plc para o Banco Bradesco SA.
A aquisição teria ajudado o Santander a reforçar seu montante de R$ 598 bilhões (US$ 143 bilhões) em ativos no país ao agregar o sétimo maior banco do Brasil, com R$ 146 bilhões em ativos.
O Santander é o terceiro maior banco não-estatal do país, segundo dados do Banco Central.
A empresa-mãe ficou com cerca de 75 por cento de sua unidade brasileira após comprar as ações de alguns investidores minoritários, quase um ano atrás.
As ações do Santander Brasil estão em baixa de 2,5 por cento neste ano.
Botín nomeou Sérgio Rial como CEO de sua unidade brasileira no início deste mês para o lugar de Jesus Zabalza, que estava no comando desde abril de 2013. O banco trocou de CEO no Brasil a cada dois anos desde que comprou as operações do ABN Amro Bank NV, em 2007.