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AmBev tem lucro 27% maior no 1o tri, supera R$2 bi

O volume vendido no primeiro trimestre foi de 40,8 milhões de hectolitros, contra 40,9 milhões de hectolitros no mesmo período do ano passado

Distribuição Ambev (Fabio Nutti/Exame)

Distribuição Ambev (Fabio Nutti/Exame)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 16h59.

São Paulo - A AmBev apresentou nesta quarta-feira lucro líquido de 2,089 bilhões de reais para o primeiro trimestre do ano, um crescimento de 26,6 por cento sobre o obtido um ano antes, apesar de uma queda de vendas no Brasil e Canadá.

O volume vendido no primeiro trimestre foi de 40,8 milhões de hectolitros, contra 40,9 milhões de hectolitros no mesmo período do ano passado. A ligeira queda de 0,3 por cento no volume vendido foi pressionada por recuo de 1,1 por cento no Brasil e de 7 por cento nas operações canadenses da empresa.

Segundo a AmBev, maior cervejaria do país, o desempenho no Brasil no primeiro trimestre teve impacto de volumes fracos de vendas devido às fortes chuvas de janeiro. Apesar disso, houve crescimento da receita por conta, principalmente, de aumentos de preços de 7 a 8 por cento anunciados no final de 2010.

No Canadá, a queda foi impulsionada por uma base de comparação forte diante da realização dos Jogos de Inverno de Vancouver em fevereiro de 2010 e por uma contínua lentidão da economia após a crise financeira internacional.

Para o segundo trimestre, a companhia trabalha com a chance de nova queda de volumes, depois que o setor foi impactado por aumento de carga tributária no Brasil. O governo aumentou em abril o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Pis/Cofins, num reajuste fiscal de 15 por cento.

O vice-presidente financeiro da AmBev, Nelson Jamel, afirmou em teleconferência com jornalistas que, após o aumento da carga tributária, a companhia reajustou seus preços entre 1,5 e 2,5 por cento. "É um valor suficiente para apenas repassar o impacto do aumento do imposto. Já está 100 por cento vigorando em maio", afirmou o executivo.

"A gente acredita que esse aumento pode gerar algum impacto no volume e vamos ter que ver como o mercado vai absorver. Ainda está cedo para avaliar isso", disse Jamel em referência ao plano da companhia de investir até 2,5 bilhões de reais no Brasil este ano. "Se a indústria reagir mal, a gente pode mudar nosso plano, talvez alongando alguns investimentos." Às 15h53, as ações da AmBev exibiam alta de 0,12 por cento, enquanto o Ibovespa mostrava desvalorizavação de 0,16 por cento.

Jamel comentou que a companhia não pretende fazer novos reajustes até o final do ano, mas o cenário de contínua alta nos preços de commodities como açúcar, cevada e plástico pode fazer a empresa voltar a subir preços, com impacto em 2012.

A AmBev registrou Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de 3,098 bilhões de reais de janeiro a março. Em igual intervalo de 2010, a geração de caixa operacional havia sido de 2,774 bilhões de reais. A margem passou de 45,3 para 47,2 por cento.

"No geral, ficamos satisfeitos com nosso desempenho consolidado no primeiro trimestre de 2011, em que registramos crescimento de dois dígitos no Ebitda e expansão na margem Ebitda em quase todas as nossas operações", afirmou no balanço o diretor geral da AmBev, João Castro Neves.

O volume de cerveja comercializado pelo grupo subiu 0,3 por cento, para 29,4 milhões de hectolitros, enquanto o de refrigerantes e bebidas não alcoólicas caiu 1,8 por cento, para 11,3 milhões de hectolitros.

Com isso, a empresa apurou receita líquida de 6,562 bilhões de reais entre janeiro e março, alta anual de 7,2 por cento impulsionada por aumentos de preços.

A AmBev manteve a estimativa de investir até 2,5 bilhões de reais no Brasil em 2011, "pois vemos oportunidades relevantes de crescimento na indústria de cerveja no futuro e planejamos investir adequadamente para aproveitá-las no médio e longo prazo".

O investimento, segundo a companhia informou no início do ano, será destinado à construção de novas fábricas e centros de distribuição, ampliação de unidades já existentes e melhorias operacionais.

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