Ambev e Heineken acirram briga com investimentos e energético
Após Ambev fazer acordo com Red Bull, Grupo Petrópolis e Heineken acusam concorrente de práticas anticompetitivas
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de junho de 2019 às 09h52.
São Paulo — A disputa entre Ambev e Heineken pelo mercado local ganhou novos episódios nesta semana, com as duas fabricantes de bebidas anunciando investimentos para o resto do ano no segmento de cerveja. Porém, o que provocou o clima de "quem dá mais" não teve a ver com álcool, mas sim com energético.
Na segunda-feira, a Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deferiu o pedido de intervenção feito pela Heineken e pela Cervejaria Petrópolis no ato de concentração envolvendo a Ambev e a Red Bull do Brasil.
As empresas demonstraram preocupação com o negócio, que consiste na celebração de um contrato de distribuição entre a Red Bull e a Ambev, por meio do qual a última distribuirá ou revenderá bebidas energéticas da Red Bull em determinados pontos de venda do território nacional.
Petrópolis e Heineken entraram como interessados no processo, dizendo-se temerosos de que o negócio possa consistir em práticas anticompetitivas no segmento. Em resposta ao Cade, Ambev e Red Bull apresentaram os dados dos dez principais clientes de energéticos em nível nacional que se enquadram nos pontos de venda contemplados no contrato.
Com o pedido aceito pelo Cade, a superintendência do órgão deu prazo de 15 dias para que a Cervejaria Petrópolis e a Heineken apresentem informações complementares, documentos e pareceres necessários à comprovação de suas alegações.
Na quinta-feira, a Heineken comunicou o aporte de R$ 550 milhões em São Paulo até o fim do ano, dizendo que o investimento faz parte da estratégia de expansão nacional da companhia, que focará na modernização de suas cervejarias em Araraquara, Itu e Jacareí, além de sua micro cervejaria em Campos do Jordão.
Já a Ambev decidiu anunciar ontem que irá investir mais de R$ 2 bilhões em 2019, durante um encontro do presidente da companhia, Bernardo Paiva, com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo a empresa, o montante será destinado ao aumento da produção de cervejas premium e de puro malte, e também a inovações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.