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Alpargatas quer iniciar operação na Ásia em 2015

Meta é que no final de 2017 e início de 2018, a companhia se torne global


	Funcionário em uma fábrica da Alpargatas em Mogi Mirim
 (Jean Pierre Pingoud/Bloomberg News)

Funcionário em uma fábrica da Alpargatas em Mogi Mirim (Jean Pierre Pingoud/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2014 às 21h05.

Belo Horizonte - O diretor-presidente da Alpargatas, Márcio Utsch, informou que a companhia quer iniciar uma operação na Ásia até o final de 2015.

"Se der tudo certo, estamos fechando alguns detalhes ainda, queremos iniciar uma operação com fábrica até o final de 2015. Há a possibilidade de Vietnã ser o local escolhido. Além disso, queremos ter uma base, com escritório, em Cingapura", declarou o executivo, após sua participação no "Conexão Empresarial", evento promovido em Belo Horizonte pelo grupo VB Comunicação com empresários e lideranças políticas.

Hoje, a empresa tem base produtiva e/ou administrativa em mercados como Estados Unidos, Europa, Londres, Paris, Bologna, Lisboa, Viena, Amsterdã e Dusseldorf.

A meta é que no final de 2017 e início de 2018, a companhia se torne global. Para o executivo, a maior dificuldade de consolidar uma empresa no exterior é perenizar a marca.

"Nosso posicionamento no exterior é ao contrário do que começou no Brasil: é dar valor à marca e atingir primeiramente o público de alta renda", disse. 

O executivo confessou, por exemplo que, as sandálias Havaianas nos Estados Unidos ainda não são vendidas nas lojas Walmart, porque traz um conceito de produto para baixa renda e tira o valor para um mercado que não é da origem da companhia.

Com relação às exportações, Utsch acredita que as vendas continuarão crescendo.

"Há nove anos, nosso faturamento internacional era 2% do total. No primeiro semestre chegou a 37%. E vai continuar crescendo", declarou. Perguntado sobre se o câmbio ajudará nessa expectativa positiva revertendo o movimento atual, o executivo disse que "a parte mais difícil é essa: não dá para prever o que acontecerá com o câmbio".

Sobre Argentina, o diretor-presidente da Alpargatas também se mantém otimista apesar do recrudescimento da crise no país.

"Até agora, a crise no país não tem nos atrapalhado. Temos uma marca forte, de tradição, líder em artigos esportivos, que é a Topper, que possui itens baratos, mas de altíssima qualidade. É um produto típico para a crise: de preço bom e de ótima qualidade", disse.

Antes da piora do cenário macroeconômico argentino, a empresa fez reestruturação de suas operações no mercado. A companhia ajustou os processos industriais, mudou o line up de produtos e fez uma redução de pessoas.

O executivo reiterou a projeção de faturamento para o ano, de R$ 4,2 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão oriundos de operações internacionais (o que resultaria em um porcentual de 33% do total) e R$ 3 bilhões do mercado doméstico brasileiro.

A empresa também tem uma projeção de crescimento de avanço na receita líquida consolidada de 10% a 12% em 2014, com manutenção da margem EBITDA no mesmo nível de 2013.

Com relação a exercer a opção prevista no acordo com a grife Osklen para aumentar sua participação nesta empresa em mais 30% - hoje, a Alpargatas já tem 30% da marca de luxo -, o executivo reforçou que tem a intenção de exercê-la.

Com isso, a fabricante de calçados pode assumir o controle da marca de moda.

"Eu não estou triste com a Osklen, estou feliz com coisa boa. Mas só vamos anunciar o que está decidido no final de setembro, quando termina o prazo para nos pronunciarmos", falou.

Com relação a Minas Gerais, especificamente a fábrica de Havaianas em Montes Claros, norte do Estado, que foi inaugurada em outubro, com investimentos de R$ 330 milhões, o executivo comentou que a empresa está completando o galpão industrial com os equipamentos, que não estavam todos instalados à época da inauguração, para prepará-la para a produção de 100 milhões de pares por ano, que é o máximo da capacidade.

"No terreno que ela está instalada dá para fazer mais duas fábricas do tamanho dessa de hoje, interligadas. Basta enxergarmos um melhor momento do mercado. Em nossos planejamentos consta que uma fábrica desse porte tem que construída a cada quatro anos, que é o tempo de consumo desses degraus de produção. Isso está planejado, mas não é um compromisso, vai depender muito do mercado. Mas estamos preparados para esse movimento", disse.

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