Negócios

Alibaba quer ser mais do que empresa de comércio eletrônico

A Alibaba, com sede em Hangzhou, na China, vem se redefinindo como mais do que um simples centro de compras pela internet

Jack Ma, fundados do Alibaba: a empresa começou a se estabelecer em Hollywood (Getty Images)

Jack Ma, fundados do Alibaba: a empresa começou a se estabelecer em Hollywood (Getty Images)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 17h10.

A Alibaba informou impressionantes US$ 17,8 bilhões em vendas durante seu colossal evento de compras pela internet, o Dia dos Solteiros. Mas a empresa não quer que você se concentre nesse número.

O presidente do conselho, o bilionário Jack Ma, acha que as empresas de comércio eletrônico puro vão enfrentar enormes desafios no futuro, à medida que as compras pela internet se tornarem o novo normal.

Embora as vendas no Dia dos Solteiros tenham crescido 60 por cento em 2015, para 91,2 bilhões de yuans, o aumento neste ano foi de cerca de metade dessa porcentagem, levando alguns analistas a considerarem que o evento foi, em parte, uma decepção.

“É altamente improvável que continuemos a crescer 60 por cento a cada ano, porque os números absolutos estão ficando muito grandes”, disse o presidente da Alibaba, Mike Evans, em entrevista à Bloomberg TV.

Esse incrível valor de US$ 17,8 bilhões é o volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês), isto é, o valor monetário das transações de sexta-feira realizadas através dos serviços da Alibaba.

Investidores e analistas são cada vez mais céticos em relação a esse número, que não está definido segundo os padrões de contabilidade e não inclui produtos devolvidos.

A Comissão de Valores Mobiliários está investigando atualmente como a gigante do comércio eletrônico informa os números da promoção do Dia dos Solteiros.

Crescimento obscuro

Os resultados do GMV não são tão indicativos do crescimento da Alibaba como os investidores podem pensar, de acordo com Marshall Meyer, professor de administração da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, que comparou o valor a “água escoando por um cano”.

Os números não refletem o lucro da Alibaba porque a empresa ganha dinheiro principalmente com as propagandas dos comerciantes que usam o site.

Como as críticas aos cálculos do GMV aumentaram, a gigante chinesa do comércio eletrônico tentou minimizar o número e recentemente deixou de informar o valor todos os trimestres.

“Isso não representa a nossa verdadeira identidade e enfatizá-lo excessivamente faz com que as pessoas só pensem no comércio eletrônico”, disse Ma no palco da festa da contagem regressiva para o evento.

A Alibaba, com sede em Hangzhou, na China, vem se redefinindo como mais do que um simples centro de compras pela internet e investiu em computação na nuvem e entretenimento, gastando bilhões de dólares em ativos de mídia, como Youku Tudou, para gerar novas fontes de crescimento diante da desaceleração econômica da China.

A empresa começou a se estabelecer em Hollywood, financiando filmes como a última edição da franquia “Missão impossível”. Nos EUA, a Alibaba investiu em startups que vão da Magic Leap ao Snap, a empresa por trás do Snapchat. As vendas de sua divisão de mídia digital e entretenimento quadruplicaram, para 3,6 bilhões de yuans -- quase 11 por cento da receita da companhia no último trimestre.

Acompanhe tudo sobre:Alibabae-commerceJack Ma

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia