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Alibaba faz vista grossa a falsificação e suborno, diz China

A Alibaba está vivendo uma “crise de credibilidade”, após órgão chinês acusar a empresa de aceitar subornos e permitir a venda de produtos falsificados

O fundador da Alibaba, Jack Ma: “durante muito tempo a Alibaba não deu atenção suficiente às operações ilegais em suas plataformas", diz relatório (Ruben Sprich/Reuters)

O fundador da Alibaba, Jack Ma: “durante muito tempo a Alibaba não deu atenção suficiente às operações ilegais em suas plataformas", diz relatório (Ruben Sprich/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 19h37.

Hong Kong - A Alibaba Group Holding Ltd. está vivendo uma “crise de credibilidade” causada por sua incapacidade de reprimir vendedores obscuros, produtos falsificados, subornos e promoções enganosas em suas lojas on-line, disse o governo chinês.

O contundente relatório da Administração Estatal para a Indústria e o Comércio acusou a Alibaba de permitir que os comerciantes operassem sem as licenças comerciais exigidas, de manter lojas não autorizadas que se apropriam de marcas famosas e de vender bolsas de mão e vinhos falsos.

Além disso, os funcionários da Alibaba aceitaram subornos e a gigante do comércio eletrônico não corrigiu falhas nos feedbacks dos clientes, nem nos sistemas internos de pontuação de crédito, disse o relatório.

“Durante muito tempo a Alibaba não deu atenção suficiente às operações ilegais em suas plataformas e não resolveu os problemas de forma efetiva”, disse o relatório.

“A Alibaba não apenas enfrenta a maior crise de credibilidade desde sua criação, como também gera uma má influência para outros operadores da internet que tentam operar legalmente”.

Bob Christie, porta-voz da Alibaba, disse que a empresa com sede em Hangzhou não poderia comentar imediatamente.

Em uma reunião com funcionários da Administração, em julho, a Alibaba reconheceu que existem problemas em sua plataforma e disse que melhoraria as medidas de monitoramento e aumentaria a comunicação com os órgãos reguladores, segundo o governo.

Vendendo contrabando

Apesar de a reunião ter sido realizada em julho, o relatório não foi publicado antes para não afetar a oferta pública inicial da Alibaba, disse o governo. A empresa com sede em Hangzhou realizou um IPO recorde de US$ 25 bilhões em setembro.

A divulgação desta quarta-feira surge um dia depois de uma postagem em uma das contas oficiais da Alibaba no Weibo ter dito que os inspetores do governo aplicaram padrões inconsistentes e não deram aos vendedores tempo suficiente para responder às acusações.

A postagem foi escrita em formato de carta ao funcionário responsável e disse que ele não estava tratando a maior operadora de comércio eletrônico da China de forma justa e que seus métodos eram incorretos.

A Alibaba tem trabalhado para eliminar os itens falsificados em um momento de expansão internacional e disse que removeu 90 milhões de anúncios de produtos que feriam direitos de propriedade intelectual antes do IPO.

A ofensiva faz parte do plano da Alibaba para melhorar sua reputação após se tornar a maior empresa de tecnologia da Ásia, com um valor de mercado de US$ 254 bilhões.

Em dezembro, a Alibaba disse que investiu US$ 160,7 milhões do início de 2013 até novembro para bloquear produtos falsificados e aumentar a proteção ao consumidor.

O fundador da Alibaba, Jack Ma, o homem mais rico da China, disse na semana passada que deseja alcançar 2 bilhões de clientes por meio de seus sites.

Transações falsas

A Administração Estatal para a Indústria e o Comércio disse que a Alibaba ainda permitia a venda de contrabando, como cigarros e bebidas alcoólicas falsificados, e de itens “que ameaçam a segurança pública”, como facas e aparelhos para escuta telefônica.

“Uma grande número de vendedores” não se cadastrou para ter licenças operacionais e está se envolvendo em comportamentos ilegais, o que inclui subornar funcionários da Alibaba e enganar clientes durante promoções de vendas realizadas nos dias 11 de novembro e 12 dezembro, disse o órgão.

“Alguns operadores da plataforma criaram transações falsas e deletaram comentários negativos para melhorar sua reputação e a de outros operadores”, disse o relatório.

Em outro relatório, no dia 23 de janeiro, a respeito do setor de comércio eletrônico da China, a Administração Estatal para a Indústria e o Comércio disse que descobriu que os sites venderam cigarros, vinhos, telefones celulares e bolsas de mão falsificados.

Apenas 19 das 51 amostras vendidas por meio do site Taobao.com, da Alibaba, eram autênticas, de acordo com um segundo relatório.

As ações da Alibaba fecharam ontem a US$ 102,94 em Nova York, após serem vendidas no IPO a US$ 68 cada.

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