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Airbus vê esperança no segmento de viagens de negócios

"As empresas estão ansiosas para voar novamente", disse o CEO da Airbus

 (Regis Duvignau/Reuters)

(Regis Duvignau/Reuters)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 11h25.

O CEO da Airbus, Guillaume Faury, disse que está notando os primeiros sinais de retomada das viagens de negócios — segmento crucial da base de clientes que pode ajudar na recuperação da indústria da aviação após o pior tombo já visto.

“No início da crise, os profissionais que viajam a negócios ficaram em casa, trabalhando remotamente”, disse Faury em entrevista à Bloomberg Television em Berlim. “Um ano depois, as coisas estão mudando, as empresas estão ansiosas para voar novamente.”

Na semana passada, a Airbus adiou o plano de aceleração da produção, uma vez que a demanda das companhias aéreas permanece contida. Faury admite que a fabricante europeia de aviões ainda está no “olho do furacão”, mas confia que os negócios se estabilizaram em um patamar no qual a Airbus pode se beneficiar de uma recuperação ainda este ano.

O otimismo cauteloso de Faury também foi observado na Associação Internacional de Transporte Aéreo, que declarou na quarta-feira que enxerga sinais positivos a partir dos programas de vacinação ao redor do mundo. Faury explicou que a Airbus está administrando a situação atual lidando com cada avião e cada companhia aérea de maneira individual.

No setor privado, fica cada vez mais claro que será impossível manter a força de trabalho em casa por tempo indefinido. O CEO do Barclays, Jes Staley, disse na terça-feira durante o Fórum Econômico Mundial que o home office não é sustentável. O comentário dele foi repetido pela comandante da divisão de gestão de ativos e fortunas do JPMorgan Chase, Mary Erdoes, que disse no mesmo evento que a situação “parece estar se desgastando”.

“Um ano de crise deixou bem claro que viajar e encontrar parceiros de negócios é absolutamente essencial”, afirmou Faury. “Então, vai voltar.”

Faury também apontou sinais de demanda reprimida por viagens de lazer. Nas rotas que foram reabertas, o nível de reservas tem sido extremamente elevado, embora a velocidade de qualquer recuperação nesse segmento dependa da vacinação, acrescentou ele.

Enquanto a Airbus olha para o futuro com mais otimismo, sua rival americana Boeing divulgou na quarta-feira seu pior prejuízo anual, incluindo uma despesa de US$ 6,5 bilhões para adiar a estreia do gigantesco 777X até o final de 2023, com três anos de atraso em relação ao cronograma inicial.

 

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