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Air France é indiciada pelo acidente com o voo Rio-Paris

Diretor-geral foi indiciado em nome da empresa pelo acidente que matou mais de 230 pessoas

O acidente ocorreu com um avião da Air France que ia do Rio de Janeiro à Paris (Pascal Le Segretain/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2011 às 14h21.

Paris - Depois da construtora europeia Airbus na quinta-feira, a companhia aérea Air France foi indiciada nesta sexta-feira por homicídios culposos na investigação sobre o acidente em junho de 2009 com o voo Rio-Paris, a três dias do início de novas buscas pelas caixas-pretas do avião.

A juíza francesa encarregada do caso, Sylvie Zimmerman, comunicou nesta sexta-feira de manhã o diretor geral da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, o indiciamento como pessoa física da companhia à qual pertencia o Airbus A330 que caiu na costa brasileira, causando a morte de 228 passageiros e membros da tripulação.

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No estágio atual das investigações, os investigadores consideram que uma falha das sondas Pitot, que servem para medir a velocidade do avião, pode ser uma das causas do acidente, mas não pode ser por si só a causa da catástrofe.

"Com certeza, contestamos totalmente este indiciamento. Consideramos que ele carece de fundamento", declarou Gourgeon a jornalistas ao final de sua audiência com a juíza.

Segundo ele, a magistrada não forneceu esclarecimento sobre esse indiciamento. "O que entendemos, é que a instrução a esse estado não revela falha e que ela não indica a ligação de causalidade entre os fatos apresentados pelos especialistas e o acidente", acrescentou Gourgeon.

"Vamos manter, evidentemente, todos os esforços para descobrir as causas desse acidente. Pretendemos manter nossa cooperação com os investigadores", assegurou o dirigente da Air France.

Esse indiciamento ocorre no dia seguinte ao da Airbus, que construiu a aeronave acidentada.

Os especialistas teriam, no entanto, considerado "tarde demais e ineficaz" a reação da Air France aos primeiros alertas sobre a confiabilidade das sondas Pitot. "Não é de jeito algum a nossa convicção, é justamente o contrário", respondeu nesta sexta-feira o diretor geral da companhia.

Na quinta-feira, o presidente da Airbus, o alemão Thomas Enders, já havia lamentado a acusação, considerando a decisão da juíza prematura.

Já as associações de vítimas francesas e brasileiras se mostraram satisfeitas.

"Estamos muito satisfeitos com esta decisão porque a Airbus terá mais atenção com essa aeronave. Depois do acidente, seis outros aviões Airbus caíram", declarou à AFP no Rio Nelson Marinho, presidente da Associação Brasileira das Famílias das Vítimas.

Novas operações de busca no mar pelos destroços do Airbus devem ser iniciadas na segunda-feira em uma nova zona de 10.000 km2. Será a quarta fase de busca da aeronave acidentada e por suas caixas-pretas, que poderá durar até julho. Essa etapa será dividida em três fases de 36 dias cada uma.

Até o momento, apenas 3% do avião e 50 corpos foram resgatados nos dias que se seguiram à catástrofe aérea.

"Nossas equipes no local estão convencidas de que elas têm uma chance de encontrar elementos, de encontrar destroços, e na melhor das hipóteses, as famosas caixas-pretas", ressaltou Gourgeon.

A Agência Europeia de Segurança Aérea (AESA) se disse preparada para prestar esclarecimentos neste caso.

As partes civis queixam-se de que a agência não soou o alarme sobre o gelo encontrado nas sondas Pitot em outros voos antes da catástrofe e de querer impor a sua imunidade europeia.

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