Vale paga à União R$ 13,8 milhões por tragédia em Brumadinho
A quantia envolve as despesas que nove órgãos e quatro autarquias registraram devido ao rompimento da barragem, que matou pelo menos 259 pessoas
Reuters
Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 19h08.
Última atualização em 24 de janeiro de 2020 às 20h21.
São Paulo — A mineradora Vale pagou 13,8 milhões de reais à União em ressarcimento pelos gastos públicos com a tragédia de Brumadinho (MG), informou a Advocacia Geral da União (AGU) nesta sexta-feira, véspera do aniversário de um ano do desastre.
Segundo a AGU, a quantia envolve as despesas que nove órgãos (os ministérios envolvidos no caso) e quatro autarquias (ICMBio, Ibama, ANA e ANM) registraram devido ao rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, que matou pelo menos 259 pessoas.
O desastre atingiu ainda mata, comunidades e rios da região. Os bombeiros ainda buscam 11 pessoas desaparecidas.
"São todos custos extraordinários que não teriam existido se não fosse o rompimento da barragem", disse o órgão em comunicado, citando gastos com combustíveis de veículos e aeronaves, materiais de resgate, materiais para análise de metais e diárias de servidores enviados a Brumadinho.
Ainda de acordo com a AGU, a conta foi realizada ao longo de 2019, compreendendo as atuações públicas durante todo o ano. Os dados consolidados foram disponibilizados em novembro, e as negociações com a Vale começaram no mês seguinte.
A mineradora pagou o valor integral em 17 de janeiro.
"Um ponto muito importante é que a União conseguiu recuperar esse valor sem precisar entrar com ação judicial, o que poderia tornar tudo mais demorado", disse em nota o advogado da União Daniel Pais.
Ele destacou ainda que o ressarcimento não significa uma quitação geral da Vale com os cofres públicos, afirmando que a AGU fará novas cobranças se outros gastos extraordinários forem verificados.