Exame Logo

Agora querem encolher sua bagagem de mão

Para aliviar carga nos aviões, a associação internacional das empresas aéreas incentivará os viajantes a comprarem uma nova mala de tamanho menor

Malas de viagem e avião: associação lançou uma iniciativa para padronizar o tamanho das bagagens de mão e facilitar o processo de embarque (Thinkstock/Peshkova/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2015 às 17h29.

Quando os passageiros das empresas aéreas precisam pagar para despachar uma mala, é possível ouvir os compartimentos superiores dos aviões rangerem com as bagagens de mão grandes e lotadas.

Para aliviar essa carga, que atrasa o embarque, a partir de agora a associação internacional das empresas aéreas incentivará os viajantes a comprarem uma nova mala de tamanho menor.

No encerramento da sua reunião geral anual, em Miami , a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) lançou uma iniciativa para padronizar o tamanho das bagagens de mão e facilitar o processo de embarque.

O padrão seria 55 x 35 x 20 centímetros ou menos, de forma que “teoricamente todos deverão ter a chance de guardar suas bagagens de mão a bordo em aviões com 120 assentos ou mais”, disse o grupo, na terça-feira, no encerramento da reunião. As malas que tiverem esse tamanho virão com um pequeno logotipo: IATA Cabin OK.

Mais de uma dezena de empresas aéreas, incluindo Emirates, Lufthansa e Qatar Airways, aderiram à recomendação, disse o vice-presidente sênior da Iata, Tom Windmuller, em um vídeo que explica a iniciativa.

Outras 30 a 40 empresas aéreas demonstraram interesse. “Este é um programa desenvolvido para tornar as coisas mais fáceis para todos, principalmente para o passageiro”, disse ele.

Mas não espere que alguma grande empresa aérea dos EUA participe tão cedo. Melanie Hinton, porta-voz da associação das empresas aéreas dos EUA, a Airlines for America, não demorou em pontuar, por e-mail, que a iniciativa “NÃO é uma exigência para o setor”.

Ela disse que as dimensões das bagagens citadas pela Iata “NÃO são um padrão para o setor, já que transformar essas dimensões em padrão do setor seria uma medida anticompetitiva”.

Além disso, as empresas aéreas dos EUA estão investindo bilhões de dólares atualmente para reformular os interiores das aeronaves com assentos mais estreitos e bagageiros superiores maiores, em um momento em que estão deixando de lado dezenas de jatos regionais de 50 lugares que oferecem um menor espaço interno para bagagens.

Elas estão muito mais dispostas a discutir as melhorias de suas cabines do que a começar a fazer campanha pela adoção de compartimentos superiores de bagagem um pouco menores.

American abriu caminho

A tarifa cobrada para despachar malas começou a ser aplicada no segundo semestre de 2008, quando a American Airlines abriu esse caminho, antes impensável no setor, de cobrar dos clientes o uso do compartimento de carga do avião.

O petróleo havia subido para mais de US$ 125 o barril e as empresas aéreas, surpreendidas, já lidavam à época com a instabilidade econômica.

Sete anos depois, os contratos futuros do petróleo Brent estão sendo negociados a cerca de US$ 65 o barril e as empresas aéreas dos EUA se consolidaram em quatro gigantes que transportam mais de 80 por cento do tráfego doméstico.

Mas a tarifa para despacho de bagagens continua sendo praticada depois que se transformou em uma pilar anual do setor, responsável por US$ 3,5 bilhões em lucros para as empresas aéreas.

A aplicação da cobrança também pode tornar o embarque mais lento e levar a incontáveis enfrentamentos nervosos entre agentes de gates e passageiros.

“Eu vou tirar o emprego dela”, esbravejou um passageiro irritado que se sentou perto de mim em um voo da Delta, em março, após uma longa discussão com uma agente de embarque no aeroporto de Miami.

São Paulo - O ano de 2014 não foi fácil para passageiros de voos dos Estados Unidos , que tiveram de enfrentar não apenas o mau tempo, mas também a má prestação de serviços por parte das companhias aéreas . Os voos atrasados, a perda de bagagens e as reclamações aumentaram.

No ano passado, as companhias americanas cancelaram 66 mil voos a mais do que em 2013, segundo a empresa FlightStats Inc. Já as reclamações sobre os serviços das empresas aumentaram 26%.

Com a aposta em um ano de altos lucros e menor custo com combustível , as companhias têm investido em novas tecnologias para aumentar a confiabilidade, mas os números do ano passado mostram que o transporte aéreo dos EUA ainda é frágil. Algumas falhas fizeram com que passageiros ficassem em terra por dias e equipamentos antigos têm falhado com mais frequência.

Nesse contexto, o ranking anual The Middle Seat, divulgado pelo The Wall Street Journal, que acompanha sete medidas-chave de desempenho, classificou as 8 maiores empresas aéreas dos EUA em 2014.

A Alaska Airlines e a Virgin American obtiveram as melhores classificações. A Alaska investiu em tecnologia de localização por satélite, que ajuda voos em caso de nevoeiro, além da garantia de entrega de bagagem em 20 minutos.

Já a Virgin investiu em um programa de incentivo aos funcionários que oferece bônus de 3% para pontuações em áreas como satisfação dos clientes, operações de aeronaves e segurança e performance imediata.

Pelo quarto ano consecutivo, a United e a American Airlines ocupam as duas últimas posições do ranking

Os critérios avaliados foram chegadas no horário, voos cancelados, grandes atrasos, atrasos de duas horas na pista, babagem danificada, bumping involuntário (quando a companhia proíbe o passageiro de embarcar, após vender mais assentos que o disponível no voo) e reclamações.

Veja a lista nas imagens a seguir, ordenadas da melhor para a pior companhia, segundo o ranking:

  • 2. Alaska Airlines

    2 /9(Jason Redmond/Reuters)

  • Veja também

    Classificação geral: 1ª Chegadas no horário: 1ª Voos cancelados: 3ª Grandes atrasos: 1ª Atraso de 2 horas na pista: 2ª Bagagem danificada: 5ª Bumping involuntário: 3ª Reclamações: 1ª
  • 3. Virgin America

    3 /9(Albert Domasin/Wikimedia Commons)

  • Classificação geral: 2ª

    Chegadas no horário: 3ª

    Voos cancelados: 1ª

    Grandes atrasos: 3ª

    Atraso de 2 horas na pista: 4ª

    Bagagem danificada: 1ª

    Bumping involuntário: 1ª

    Reclamações: 4ª

  • 4. Delta Air Lines

    4 /9(Eduardo Munoz, Reuters)

    Classificação geral: 3ª

    Chegadas no horário: 2ª

    Voos cancelados: 5ª

    Grandes atrasos: 2ª

    Atraso de 2 horas na pista: 5ª

    Bagagem danificada: 4ª

    Bumping involuntário: 4ª

    Reclamações: 3ª

  • 5. Jetblue

    5 /9(Wikimedia Common/Wikimedia)

    Classificação geral: 4ª

    Chegadas no horário: 4ª

    Voos cancelados: 6ª

    Grandes atrasos: 5ª

    Atraso de 2 horas na pista: 6ª

    Bagagem danificada: 3ª

    Bumping involuntário: 2ª

    Reclamações: 5ª

  • 6. Southwest Airlines

    6 /9(GettyImages)

    Classificação geral: 5ª

    Chegadas no horário: 7ª

    Voos cancelados: 4ª

    Grandes atrasos: 4ª

    Atraso de 2 horas na pista: 1ª

    Bagagem danificada: 8ª

    Bumping involuntário: 6ª

    Reclamações: 2ª

  • 7. Frontier Airlines

    7 /9(Rick Wilking/Reuters)

    Classificação geral: 6ª

    Chegadas no horário: 6ª

    Voos cancelados: 2ª

    Grandes atrasos: 6ª

    Atraso de 2 horas na pista: 3ª

    Bagagem danificada: 2ª

    Bumping involuntário: 7ª

    Reclamações: 8ª

  • 8. American Airlines

    8 /9(Jeff Mitchell/Reuters)

    Classificação geral: 7ª

    Chegadas no horário: 5ª

    Voos cancelados: 7ª

    Grandes atrasos: 7ª

    Atraso de 2 horas na pista: 8ª

    Bagagem danificada: 6ª

    Bumping involuntário: 5ª

    Reclamações: 6ª

  • 9. United Airlines

    9 /9(.)

    Classificação geral: 8ª

    Chegadas no horário: 8ª

    Voos cancelados: 8ª

    Grandes atrasos: 8ª

    Atraso de 2 horas na pista: 7ª

    Bagagem danificada: 7ª

    Bumping involuntário: 8ª

    Reclamações: 7ª

  • Acompanhe tudo sobre:AviaçãoAviõesSetor de transporteTransportesVeículos

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Negócios

    Mais na Exame