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Advogado do Panamá diz que empresa foi alvo de ataque hacker

"Já fizemos as queixas relevantes à Procuradoria-Geral, e há uma instituição governamental estudando o assunto", disse, acompanhado por 2 assessores de imprensa


	Logo da Mossack Fonseca: "Temos uma teoria e a estamos seguindo", acrescentou, sem entrar em detalhes
 (Wolfgang Rattay / Reuters)

Logo da Mossack Fonseca: "Temos uma teoria e a estamos seguindo", acrescentou, sem entrar em detalhes (Wolfgang Rattay / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2016 às 10h04.

Cidade do Panamá - O advogado panamenho no centro do escândalo de vazamento de dados que constrangeu vários líderes mundiais disse na terça-feira que seu escritório foi vítima de uma invasão cibernética de alguém de fora da empresa, e apresentou uma queixa junto a promotores federais.

Sócio fundador da Mossack Fonseca, Ramón Fonseca afirmou que o escritório, especializado na criação de empresas offshore, não violou nenhuma lei e que suas operações são legais.

A firma tampouco destruiu quaisquer documentos ou ajudou alguém a sonegar impostou ou lavar dinheiro, acrescentou em entrevista à Reuters.

E-mails da empresa, trechos dos quais foram publicados em uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), sediado nos Estados Unidos, e de outras organizações de mídia, foram "tirados do contexto" e mal interpretados, afirmou.

"Descartamos uma ação interna. Isto não é um vazamento. Isto é um ataque hacker", disse Fonseca, de 63 anos, na sede do escritório, localizado em um bairro empresarial da Cidade do Panamá.

"Temos uma teoria e a estamos seguindo", acrescentou, sem entrar em detalhes.

"Já fizemos as queixas relevantes à Procuradoria-Geral, e há uma instituição governamental estudando o assunto", disse, acompanhado por dois assessores de imprensa.

Governos de todo o mundo iniciaram investigações sobre possíveis delitos financeiros cometidos por ricos e poderosos de vários países depois do vazamento de mais de 11,5 milhões de documentos, chamados de "Panama Papers", do escritório de advocacia que cobrem quatro décadas.

Os papéis revelaram arranjos financeiros de figuras proeminentes, incluindo amigos do presidente da Rússia, Vladimir Putin, parentes dos primeiros-ministros de Grã-Bretanha e Paquistão e do presidente da China, Xi Jinping, e o presidente da Ucrânia.

Na terça-feira, o primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur David Gunnlaugsson, renunciou, tornando-se a primeira vítima do vazamento.

"Eles (e-mails) foram tirados do contexto", disse Fonseca, denunciando o que chamou de "caça às bruxas".

Ele lamentou o que classificou como ativismo e sensacionalismo jornalístico e louvou suas próprias credenciais de pesquisador investigativo como romancista publicado no Panamá.

"O único crime que foi provado é o ataque hacker", afirmou Fonseca. "Ninguém fala disso. Esta é a matéria".

Abrir uma empresa pode custar em torno de 700 a 1.000 dólares, disse ele, e uma parte significativa desse valor vai para o governo.

A Mossack Fonseca abriu cerca de 250 mil negócios nos últimos 40 anos.

O Brasil também está entre os vários países com autoridades envolvidas no escândalo.

Os documentos obtidos apontam que o escritório do Panamá Mossack Fonseca criou ou gerenciou cerca de 100 empresas offshore para ao menos 57 indivíduos ou empresas já relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato, de acordo com reportagens.

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