Acordo de déficit hidrelétrico melhora resultado, diz Alupar
"Isso (o desconto e o risco assumido) vai variar de projeto a projeto, não dá para ter uma decisão única (para todas usinas da Alupar)", explicou o executivo
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2015 às 11h37.
São Paulo - A Alupar , que investe em geração e transmissão de energia elétrica, espera uma redução na alavancagem e melhora do resultado operacional com a adesão a um acordo oferecido pelo governo federal para compensar hidrelétricas por perdas com a seca em 2015, afirmou nesta segunda-feira o diretor financeiro da empresa, José Luiz de Godoy.
O executivo disse, durante apresentação a acionistas e analistas de mercado, que a compensação proposta deverá elevar o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ( Ebitda ) de 2015 em 100 milhões de reais.
"Acho que isso foi bastante bem bolado... achei a solução bastante interessante", disse Godoy, ao comentar a proposta apresentada pelo governo.
Pelo acordo, as empresas deverão, em troca da compensação, pagar um "prêmio de risco" que será revertido ao consumidor e vai variar de acordo com o risco de déficit hídrico que a companhia desejar assumir para suas usinas. Caso o déficit ultrapasse esse patamar, o custo será do consumidor.
"Isso (o desconto e o risco assumido) vai variar de projeto a projeto, não dá para ter uma decisão única (para todas usinas da Alupar)", explicou o executivo.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu até 14 de dezembro para que as empresas interessadas na compensação aceitem o acordo e retirem ações judiciais com as quais obtiveram proteção contra o déficit hídrico.
Com mais de cem liminares em vigor, a liquidação financeira do mercado de curto prazo de energia do Brasil, realizada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foi paralisada no início deste mês.
Também negocia acordo em transmissão
A Alupar também espera um acordo com o governo federal em relação a um projeto de transmissão entre Amazonas e Roraima, arrematado pela empresa em parceria com a Eletronorte, do Grupo Eletrobras, em leilão realizado em 2011.
O empreendimento até hoje não recebeu licença ambiental, que aguarda manifestação da Fundação Nacional do Índio (Funai).
"Nós devemos entrar agora na Justiça para exigir um posicionamento definitivo (do governo federal sobre a licença). Se é não, que se diga não", afirmou Godoy.
Segundo o diretor financeiro, as empresas já investiram 250 milhões de reais e concluíram a instalação de uma subestação em Roraima, mas o restante do projeto está totalmente parado.
Ele explicou que o traçado da linha passa por uma rodovia ao lado de um território indígena, o que tem dificultado a aprovação pela Funai.
Uma alteração no traçado, no entanto, elevaria em muito a extensão e os custos da linha de transmissão, ao mesmo tempo em que enfrentaria questionamentos do órgão ambiental federal, o Ibama, por aumentar o impacto sobre a floresta na região.
"Você sairia do acostamento de uma estrada existente para uma floresta virgem, tendo que desmatar... rasgar a mata com uma linha", explicou Godoy.
O executivo disse que, em reuniões recentes sobre o projeto, a Aneel teria admitido publicamente que, mesmo que ele seja destravado, seria necessário rever a receita que as empresas receberão pela construção e operação.
"A Aneel está consciente... mesmo que saia a licença agora, é uma nova realidade, um novo contrato que precisaria ser reequilibrado, porque as condições que foram licitadas quatro anos atrás mudaram completamente", afirmou Godoy.
Na época do leilão, em setembro de 2011, a Aneel estimava a construção do projeto em 36 meses, o que representaria conclusão próxima do final de 2014.
São Paulo - A Alupar , que investe em geração e transmissão de energia elétrica, espera uma redução na alavancagem e melhora do resultado operacional com a adesão a um acordo oferecido pelo governo federal para compensar hidrelétricas por perdas com a seca em 2015, afirmou nesta segunda-feira o diretor financeiro da empresa, José Luiz de Godoy.
O executivo disse, durante apresentação a acionistas e analistas de mercado, que a compensação proposta deverá elevar o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ( Ebitda ) de 2015 em 100 milhões de reais.
"Acho que isso foi bastante bem bolado... achei a solução bastante interessante", disse Godoy, ao comentar a proposta apresentada pelo governo.
Pelo acordo, as empresas deverão, em troca da compensação, pagar um "prêmio de risco" que será revertido ao consumidor e vai variar de acordo com o risco de déficit hídrico que a companhia desejar assumir para suas usinas. Caso o déficit ultrapasse esse patamar, o custo será do consumidor.
"Isso (o desconto e o risco assumido) vai variar de projeto a projeto, não dá para ter uma decisão única (para todas usinas da Alupar)", explicou o executivo.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu até 14 de dezembro para que as empresas interessadas na compensação aceitem o acordo e retirem ações judiciais com as quais obtiveram proteção contra o déficit hídrico.
Com mais de cem liminares em vigor, a liquidação financeira do mercado de curto prazo de energia do Brasil, realizada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foi paralisada no início deste mês.
Também negocia acordo em transmissão
A Alupar também espera um acordo com o governo federal em relação a um projeto de transmissão entre Amazonas e Roraima, arrematado pela empresa em parceria com a Eletronorte, do Grupo Eletrobras, em leilão realizado em 2011.
O empreendimento até hoje não recebeu licença ambiental, que aguarda manifestação da Fundação Nacional do Índio (Funai).
"Nós devemos entrar agora na Justiça para exigir um posicionamento definitivo (do governo federal sobre a licença). Se é não, que se diga não", afirmou Godoy.
Segundo o diretor financeiro, as empresas já investiram 250 milhões de reais e concluíram a instalação de uma subestação em Roraima, mas o restante do projeto está totalmente parado.
Ele explicou que o traçado da linha passa por uma rodovia ao lado de um território indígena, o que tem dificultado a aprovação pela Funai.
Uma alteração no traçado, no entanto, elevaria em muito a extensão e os custos da linha de transmissão, ao mesmo tempo em que enfrentaria questionamentos do órgão ambiental federal, o Ibama, por aumentar o impacto sobre a floresta na região.
"Você sairia do acostamento de uma estrada existente para uma floresta virgem, tendo que desmatar... rasgar a mata com uma linha", explicou Godoy.
O executivo disse que, em reuniões recentes sobre o projeto, a Aneel teria admitido publicamente que, mesmo que ele seja destravado, seria necessário rever a receita que as empresas receberão pela construção e operação.
"A Aneel está consciente... mesmo que saia a licença agora, é uma nova realidade, um novo contrato que precisaria ser reequilibrado, porque as condições que foram licitadas quatro anos atrás mudaram completamente", afirmou Godoy.
Na época do leilão, em setembro de 2011, a Aneel estimava a construção do projeto em 36 meses, o que representaria conclusão próxima do final de 2014.