Os investidores jamais saberiam que os brasileiros estão reduzindo suas compras se observassem o desempenho das ações da Lojas Renner SA.
A Renner, maior rede varejista de vestuário do Brasil, é a empresa com a terceira melhor performance do Ibovespa neste ano depois que suas vendas aumentaram em 25 por cento no primeiro trimestre em relação ao ano anterior.
As maiores rivais da rede, Cia. Hering e Marisa Lojas SA, estão em declínio após registrarem quedas nas vendas.
O aumento das receitas e a alta das ações da Renner se destacam em um ano em que as vendas do varejo estão em queda em todo o país, com os economistas projetando recessão.
Enquanto a Hering mantém a reputação de oferecer itens básicos, como camisetas de algodão sem estampa, a Renner tem feito sucesso seguindo o modelo de fast-fashion de marcas internacionais como a Zara, da Inditex SA, disse Daniela Ribeiro Martins, analista da corretora Concórdia.
“A gente tem visto eles ganhando margem no varejo a cada trimestre”, disse ela em entrevista por telefone, de São Paulo.
“A gente vai ver um efeito ainda melhor a partir do ano que vem, focando na demanda, na procura realmente do consumidor, em adequar esse estoque, não ficar com estoques elevados e reduzir o tempo da oferta, de levar o produto do centro de distribuição até uma loja, eles querem reduzir esse tempo.”
Após quedas nas vendas de vestuário no Brasil, de 7,5 por cento em fevereiro e de 1,2 por cento em março, segundo os dados mais recentes disponíveis, a alta das ações da Renner poderá perder impulso, disse Guilherme Assis, analista da corretora Brasil Plural.
Ação ‘cara’
“Existe pouca tendência de aumento para as ações da empresa no momento. Elas estão caras”, disse Assis em entrevista por telefone, de São Paulo. Ele recomenda a manutenção das ações da Renner, com um preço-meta de 12 meses de R$ 100.
A Hering, com sede em Blumenau, cuja queda de 31 por cento neste ano até terça-feira rende à empresa a segunda pior performance do Ibovespa, se moldou com base na rede de varejo casual The Gap, dos EUA, disse Martins.
Atualmente, a empresa enfrenta dificuldades para se desvencilhar desse molde e convencer os consumidores de que suas roupas estão na moda, disse ela.
O CEO da Renner, José Gallo, disse que continuará olhando para a Zara, da Espanha; para a H&M, marca da Hennes Mauritz AB, com sede em Estocolmo; e para a japonesa Uniqlo Co. em busca de “inspiração”.
O fast-fashion (moda rápida) é um termo usado pelas redes varejistas para representar os designs de roupas que passam rapidamente das passarelas para as lojas.
“Na Renner, temos muita humildade”, disse Gallo em entrevista por telefone, de Porto Alegre, onde fica a sede da empresa. “Se alguém está fazendo alguma coisa melhor do que a gente, temos que ir lá, observar e fazer melhor”.
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1. Estratégia
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1/9 (FreeImage)
São Paulo – Diversificar a fonte de receita. Essa pode ser uma das razões para explicar o interesse de muitas
indústrias em investir no
varejo. A
estratégia não é nova e tem sido cada vez mais frequente entre grandes empresas que atuam no país. Para Julio Takano, sócio da consultoria KT Arquitetura para o varejo, com a decisão, as companhias, que muitas vezes não estão próximas de consumidores, têm a chance de conhecer melhor o mercado e seu público. EXAME.com reuniu uma dezena de companhias que adotaram a estratégia recentemente. Veja nas imagens quem são elas:
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2. Bauducco
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2/9 (Divulgação/Bauducco)
Desde 2012, a
Bauducco tem investido em uma rede no varejo, batizada de Casa Bauducco. Atualmente, cinco lojas da marca estão em operação em São Paulo. A companhia planeja para atender a demanda de fim de ano abrir quatro quiosques para comercialização de seus produtos, sendo dois em São Paulo, um em Campinas e outro em São Caetano do Sul.
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3. Cielo
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3/9 (Tatiana Vaz/ EXAME.com)
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4. Club Med
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4/9 (Facebook oficial)
O Club Med está investindo na abertura de lojas físicas no Brasil. A empresa de turismo e resorts abriu uma flagship no Shopping Barra, no Rio de Janeiro, em outubro. O espaço é interativo e convida as pessoas a conhecerem a empresa por si mesmas, diz Carolina Correa, diretora de marketing do Club Med para o Brasil e a América Latina.
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5. Tramontina
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5/9 (Murilo Tinoco/Divulgação)
Há pouco mais de um ano, a Tramontina também investiu em uma loja própria. A unidade foi instalada no CasaShopping – espaço voltado para designers e decoradores localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Segundo a companhia, com a unidade, o objetivo é mostrar aos clientes o tamanho da linha de produtos Tramontina.
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6. Unilever
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6/9 (Divulgação/Unilever)
Por meio da marca Kibon, a Unilever tem desde o ano passado quiosques para venda de sorvetes de massa da marca, batizados de Kibon Station. Segundo a companhia, o projeto foi pensado com base em duas fortes tendências do mercado de sobremesas geladas: poder de personalização e produtos frescos. Atualmente, três quiosques estão em funcionamento e até o fim do mês outros três devem entrar em operação - todos em shoppings de São Paulo.
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7. Unicasa
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7/9 (.)
Antes concentrada apenas na criação e na fabricação dos móveis da marca Dell Anno, a fabricante Unicasa entrou no varejo há cerca de um ano, com a abertura de sete lojas. A iniciativa pretendia reposicionar a marca no mercado paulista, que concentra metade das vendas da empresa, além de estreitar a relação com os consumidores, que antes chegavam aos produtos por meio de 900 revendedores exclusivos.
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8. Semp Toshiba
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8/9 (Reprodução/Facebook)
No ano passado também, a Semp Toshiba inaugurou sua primeira loja no país, dentro do Estádio do Morumbi, em São Paulo. A empresa, que patrocina o São Paulo Futebol Clube, não escolheu à toa o local e o intuito é, além de produzir uma interação maior da marca com os torcedores, vender diretamente aos consumidores.
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9. Coteminas
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9/9 (Divulgação)
No varejo há bastante tempo com a marca MMartan, o grupo Coteminas investiu há cerca de três anos em lojas da Artex. A rede é especializada em produtos de cama, mesa e banho e só na cidade de São Paulo já conta com 14 lojas.