Negócios

Abilio Diniz e Carrefour estão em negociações, diz fonte

Presidente do Grupo Pão de Açúcar iniciou as negociações após temores de que Walmart e a varejista chilena Cencosud estariam interessadas em adquirir o Carrefour

Um fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil ajudaria a reduzir a fragmentação do setor varejista doméstico, que é dominado em 60% por dez grandes grupos (Germano Lüders/Exame)

Um fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil ajudaria a reduzir a fragmentação do setor varejista doméstico, que é dominado em 60% por dez grandes grupos (Germano Lüders/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2011 às 13h03.

São Paulo/Paris - O presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, Abilio Diniz, abordou o Carrefour para discutir uma possível fusão, em parte para evitar que outros rivais apresentassem oferta pela unidade brasileira da varejista francesa, segundo fontes próximas ao assunto.

As conversas entre Diniz, também acionista controlador do Pão de Açúcar, e representantes do Carrefour ainda estão em estágio preliminar e não estão perto de nenhum tipo de acordo, conforme uma das fontes, que falaram em condição de anonimato.

Possíveis cenários para uma fusão, incluindo um acordo de troca de ações, têm sido discutidos, afirmou outra fonte à Reuters. A família Diniz controla a maior varejista do país juntamente com o francês Casino --rival do Carrefour na França-- por meio de uma parceria de cerca de 12 anos.

Diniz iniciou as negociações após temores de que Walmart e a varejista chilena Cencosud estariam interessadas em adquirir os ativos brasileiros do Carrefour, disse uma das fontes.

Representantes do Carrefour, Casino e Blue Capital, acionista-chave do Carrefour, se recusaram a comentar o assunto. O Pão de Açúcar, que não retornou imediatamente a um pedido de comentário, vem repetindo não ter contratado qualquer tipo de assessoria para estudar uma associação com o rival.

Um fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil ajudaria a reduzir a fragmentação do setor varejista doméstico, 60 por cento dominado por dez grandes grupos. A associação também garantiria à empresa combinada uma fatia de 28 por cento do mercado e redução de custos de mais de 1 bilhão de dólares ao ano, de acordo com estimativa de analistas do Bank of America Merrill Lynch.

As conversas com o Carrefour ocorrem enquanto a família Diniz se prepara para discutir o exercício de opção do Casino para adquirir o controle total do Pão de Açúcar, que se torna válido em junho de 2012.

Ao unir forças com o Carrefour no Brasil, o Pão de Açúcar ganharia escala e equilibraria a erosão vista nas margens desde que ingressou no segmento de eletroeletrônicos, afirmam analistas. A empresa combinada teria três vezes o tamanho da unidade brasileira do Walmart, segundo o Bank of America Merrill Lynch.

Diniz e Casino criaram em 2005 uma holding chamada Wilkes, por meio da qual controlam seus interesses no Pão de Açúcar. A Wilkes detém cerca de 66 por cento do poder de voto no Grupo Pão de Açúcar, além de poder eleger membros da diretoria e definir estratégias de forma unânime.


O conselho de administração do Pão de Açúcar conta com 14 membros, incluindo cinco representantes do Casino, cinco da família Diniz e quatro diretores independentes.

O Casino afirmou à Reuters na última semana que não havia concedido aprovação à família Diniz para iniciar negociações com o Carrefour.

O conselho do Carrefour deve se reunir na terça-feira, antes da reunião anual de acionistas em 21 de junho. Alguns membros do conselho devem questionar sobre uma associação no Brasil, segundo afirmou uma das fontes.

Acompanhe tudo sobre:Abilio DinizBilionários brasileirosCarrefourCasinoComércioEmpresáriosEmpresasEmpresas abertasEmpresas americanasEmpresas francesasFusões e AquisiçõesNegociaçõesPão de AçúcarPersonalidadesSupermercadosVarejoWalmart

Mais de Negócios

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia