Abertis diz que Brasil é aposta "em longo prazo"
A integração dos ativos da OHL Brasil com a Abertis deverá impulsionar o processo de diversificação internacional da empresa
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2012 às 16h25.
São Paulo - O executivo-chefe da empresa espanhola Abertis, Francisco Reynés, afirmou nesta terça-feira em São Paulo que o Brasil possui elementos para ser uma aposta "a longo prazo", e disse que a melhor forma de conservar o valor de uma companhia é investir em países com oportunidades de "longo prazo".
Reynés está no Brasil para dar os detalhes da operação através da qual o grupo de infraestrutura catalão se tornará, com o fundo Brookfield Infrastructure, com 60% da OHL Brasil , titular das concessões de estradas da OHL no Brasil.
A integração dos ativos da OHL Brasil - um total de nove concessões com 3.226 quilômetros - com a Abertis deverá impulsionar o processo de diversificação internacional da empresa, que busca reduzir sua dependência do mercado espanhol.
O executivo, que esses dias se reuniu com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, detalhou em declarações à imprensa espanhola que sua companhia tem "vocação de permanência em muito longo prazo" no país.
"Nós achamos que o Brasil tem elementos para ser uma aposta em longo prazo", disse Reynés, e acrescentou: "o Brasil era nosso objetivo, porque não estávamos presentes (no país) e obviamente tem um grande potencial e é uma aposta importante".
Além disso, o empresário destacou a segurança jurídica que, em sua opinião, o país oferece, o desenvolvimento da classe média e a condição de exportador líquido de matérias-primas.
"Nossos acionistas são conscientes de que a melhor forma de preservar o valor da companhia é entrar em países onde não somente há uma oportunidade hoje, mas que têm futuro", declarou Reynés.
O executivo-chefe disse que trabalham "o mais rápido" possível para concluir a transação, e reiterou que o objetivo é encerrá-la antes do fim do ano.
A aquisição alçará a Abertis a líder mundial do setor das concessões de estradas, tanto em quilômetros administrados - mais de 7 mil -, quanto em receita, informou o grupo à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) da Espanha, quando foi anunciada a operação, no mês passado.