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Abengoa fecha acordo com fornecedores de cana

A Abengoa chegou a um acordoem relação a valores devidos pelo fornecimento de cana que pode permitir que a empresa mantenha operações em usinas locais

Abengoa: duas usinas de açúcar e etanol no Brasil quase entraram em colapso recentemente (Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2016 às 16h40.

São Paulo - A companhia espanhola Abengoa , que está em dificuldades financeiras, chegou a um acordo com um grupo de produtores de cana no Brasil em relação a valores devidos pelo fornecimento de cana que pode permitir que a companhia mantenha as operações em suas duas usinas locais, em meio à aproximação da nova safra, disseram pessoas envolvidas nas negociações.

As duas usinas de açúcar e etanol no Brasil quase entraram em colapso recentemente devido às fortes dívidas com bancos e fornecedores. Localizadas na principal região de cana do país, no interior paulista, elas têm uma capacidade combinada para processar 6,5 milhões de toneladas de cana anualmente, produzindo 235 milhões de litros de etanol e 645 mil toneladas de açúcar.

"Eles nos enviaram uma proposta para pagar as quantias devidas gradualmente, a partir de 15 de fevereiro", disse o diretor da Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (Afocapi), Arnaldo Antonio Bortoletto. A entidade representa fornecedores de cana da região em que a Abengoa opera.

"Então, se eles cumprirem com o primeiro pagamento em fevereiro, o grupo vai dar oportunidade de continuar (o fornecimento)", ele disse. O acordo com os produtores de cana pode fornecer uma corda salva-vidas para a Abengoa Brasil Bionergia, enquanto sua matriz em Madri procura compradores para as instalações. A Abengoa disse esta semana que planeja vender todos os ativos em biocombustíveis para levantar capital e tentar salvar a empresa da falência. A matriz entrou com um pedido na Justiça espanhola para buscar soluções para seu endividamento.

A Abengoa comprou as duas usinas brasileiras em 2007 da companhia brasileira Dedini Agro, por cerca de 500 milhões de euros, incluindo dívidas.

Naquele momento, o setor brasileiro de açúcar e etanol estava passando por uma avalanche de investimentos estrangeiros, com o mercado de biocombustíveis parecendo extremamente promissor.

Mas logo depois o governo iniciou uma longa política de manter os preços da gasolina artificialmente baixos para conter a inflação. Isto, em conjunto com um ciclo de baixa nos preços do açúcar, praticamente arruinou o setor.

O diretor de açúcar e etanol da Abengoa no Brasil, Rogério Ribeiro Abreu dos Santos, confirmou o acordo com os produtores de cana e disse que a empresa também está trabalhando com os bancos e outros credores para renegociar obrigações financeiras com objetivo de manter as operações. "Estamos trabalhando forte para reestruturar nossa dívida para gerar fluxo de caixa e captar capital de giro", ele disse à Reuters.

"Nosso trabalho nesse sentido já vem trazendo resultados positivos, não só com bancos, mas com credores em geral", ele disse.

Santos não quis revelar a carga de dívidas da unidade.

A última declaração pública da Abengoa Brasil Bioenergia no início do ano passado cotava as dívidas com bancos em cerca de 900 milhões de reais.

A dívida total com fornecedores não é conhecida.

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São Paulo - A companhia espanhola Abengoa , que está em dificuldades financeiras, chegou a um acordo com um grupo de produtores de cana no Brasil em relação a valores devidos pelo fornecimento de cana que pode permitir que a companhia mantenha as operações em suas duas usinas locais, em meio à aproximação da nova safra, disseram pessoas envolvidas nas negociações.

As duas usinas de açúcar e etanol no Brasil quase entraram em colapso recentemente devido às fortes dívidas com bancos e fornecedores. Localizadas na principal região de cana do país, no interior paulista, elas têm uma capacidade combinada para processar 6,5 milhões de toneladas de cana anualmente, produzindo 235 milhões de litros de etanol e 645 mil toneladas de açúcar.

"Eles nos enviaram uma proposta para pagar as quantias devidas gradualmente, a partir de 15 de fevereiro", disse o diretor da Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (Afocapi), Arnaldo Antonio Bortoletto. A entidade representa fornecedores de cana da região em que a Abengoa opera.

"Então, se eles cumprirem com o primeiro pagamento em fevereiro, o grupo vai dar oportunidade de continuar (o fornecimento)", ele disse. O acordo com os produtores de cana pode fornecer uma corda salva-vidas para a Abengoa Brasil Bionergia, enquanto sua matriz em Madri procura compradores para as instalações. A Abengoa disse esta semana que planeja vender todos os ativos em biocombustíveis para levantar capital e tentar salvar a empresa da falência. A matriz entrou com um pedido na Justiça espanhola para buscar soluções para seu endividamento.

A Abengoa comprou as duas usinas brasileiras em 2007 da companhia brasileira Dedini Agro, por cerca de 500 milhões de euros, incluindo dívidas.

Naquele momento, o setor brasileiro de açúcar e etanol estava passando por uma avalanche de investimentos estrangeiros, com o mercado de biocombustíveis parecendo extremamente promissor.

Mas logo depois o governo iniciou uma longa política de manter os preços da gasolina artificialmente baixos para conter a inflação. Isto, em conjunto com um ciclo de baixa nos preços do açúcar, praticamente arruinou o setor.

O diretor de açúcar e etanol da Abengoa no Brasil, Rogério Ribeiro Abreu dos Santos, confirmou o acordo com os produtores de cana e disse que a empresa também está trabalhando com os bancos e outros credores para renegociar obrigações financeiras com objetivo de manter as operações. "Estamos trabalhando forte para reestruturar nossa dívida para gerar fluxo de caixa e captar capital de giro", ele disse à Reuters.

"Nosso trabalho nesse sentido já vem trazendo resultados positivos, não só com bancos, mas com credores em geral", ele disse.

Santos não quis revelar a carga de dívidas da unidade.

A última declaração pública da Abengoa Brasil Bioenergia no início do ano passado cotava as dívidas com bancos em cerca de 900 milhões de reais.

A dívida total com fornecedores não é conhecida.

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