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A zona cinzenta de Brasília

Existe alguém limpo em Brasília, afinal de contas? A pergunta ganhou força nesta terça-feira, após Nelson Mello, ex-executivo da fabricante de bens de consumo Hypermarcas, dizer à Procuradoria-Geral da República que pagou 30 milhões de reais a dois lobistas para repassarem a políticos do PMDB para defenderem interesses da empresa. O caso, que surgiu na […]

NÃO USAR POIS HÁ PRODUTOS VELHOS DA HYPERMARCAS: companhia, envolvida em suspeita de pagamento de propina, divulga seus resultados na sexta-feira  / Divulgação (foto/Divulgação)

NÃO USAR POIS HÁ PRODUTOS VELHOS DA HYPERMARCAS: companhia, envolvida em suspeita de pagamento de propina, divulga seus resultados na sexta-feira / Divulgação (foto/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2016 às 06h08.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h09.

Existe alguém limpo em Brasília, afinal de contas? A pergunta ganhou força nesta terça-feira, após Nelson Mello, ex-executivo da fabricante de bens de consumo Hypermarcas, dizer à Procuradoria-Geral da República que pagou 30 milhões de reais a dois lobistas para repassarem a políticos do PMDB para defenderem interesses da empresa. O caso, que surgiu na Lava-Jato mas não está relacionado com a operação, escancara a possibilidade de que, em Brasília, tudo acontece com uma “ajuda” extraoficial.

Os lobistas são conhecidos: Lucio Funaro e Milton Lyra. Ligados à cúpula do PMDB, Funaro é muito próximo de Eduardo Cunha e Lyra, de Renan Calheiros. A Hypermarcas correu para informar que Mello autorizou, por iniciativa própria, despesas sem as devidas comprovações das prestações de serviços. O executivo ainda disse que a empresa “não auferiu nenhuma vantagem” da operação.

Mello trabalhou por quase 40 anos com o fundador do grupo, João Alves de Queiroz Filho. O envolvimento da empresa, obviamente, ainda vai ser investigado. De qualquer forma, sua trajetória de sucesso, fruto de dezenas de aquisições na última década para criar um conglomerado resistente a crises, está em dúvida. Quanto disso foi conseguido por meios escusos? E quanto disso é só o mundo real de Brasília, que vai muito além das empreiteiras?

Já há outros casos pipocando. Na Operação Zelotes, que investiga irregularidades no CARF, os investigadores apuram um esquema de compra de medidas provisórias para favorecer mais de 70 empresas, entre montadoras, bancos, empresas de mídia, metalúrgicas. Muitas delas estão entre as empresas consideradas as mais bem administradas do Brasil. Será mesmo?

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