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"A mobilidade envolve novos modelos de negócios”, diz CEO da Fiat Chrysler

Em entrevista na série exame.talks, o executivo afirma que a pandemia do coronavírus acelerou processos de transformação na indústria automotiva

Antonio Filosa, presidente da Fiat Chrsyler Automobiles: inúmeras possibilidades de negócios (Germano Lüders/Exame)

Antonio Filosa, presidente da Fiat Chrsyler Automobiles: inúmeras possibilidades de negócios (Germano Lüders/Exame)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 5 de junho de 2020 às 12h49.

Última atualização em 5 de junho de 2020 às 14h27.

A pandemia do novo coronavírus está acelerando o processo de transformação na indústria automotiva, com mudanças principalmente do lado do consumidor. Para Antonio Filosa, presidente da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) na América Latina, o tema da mobilidade tem se desdobrado em inúmeras oportunidades de negócios.

"Alguns segmentos serão impactados severamente pela pandemia, mas a cadeia de valor do setor automotivo é muito grande, há inúmeras novas possibilidades", afirmou o executivo em entrevista aos jornalistas João Pedro Caleiro e Gabriela Ruic, na série exame.talks.

Segundo Filosa, o ecossistema do negócio de automóveis é muito amplo e envolve a produção de veículos com uma alta complexidade de processos, vendas e serviços associados, como garantia e seguro, além da possibildiade de aluguel de carros.

"Se quisermos entrar no negócio de aluguel de carros, por exemplo, teremos que dar pequenos passos, pois este segmento é muito amplo." Ele lembrou, porém, que as locadoras são parceiros importantes da indústria automotiva e devem continuar sendo.

"O profissionalismo das locadoras na gestão de frotas é enorme, com um nível de excelência operacional tão grande quanto das montadoras, e certamente pretendemos manter essa relação próxima".

As locadoras de veículos são importantes parceiros das montadoras, pois costumam comprar grandes frotas. Historicamente, em momentos de crise, esses volumes de vendas crescem ainda mais.

Novo normal

Filosa acredita que, após a pandemia do coronavírus, haverá o chamado "novo normal", com os consumidores e as empresas repensando hábitos e, com isso, toda a indústria automotiva deve ser afetada.

Para ele, a adoção mais ampla do home office permitirá que as pessoas morem com mais conforto em localidades mais afastadas dos grandes centros, o que deve reorganizar todo o sistema de transporte público e privado.

"As pessoas podem optar, por exemplo, por comprar um carro grande para a família ou mesmo um modelo de entrada para evitar aglomerações no transporte público. Nós temos todas as opções para oferecer ao consumidor", diz o executivo.

Além disso, a pandemia alertou para a questão da cadeia de suprimentos global. Diante da paralisação da produção de peças principalmente na China, as fábricas localizadas em outros países do mundo, incluindo o Brasil, sofreram com a falta de componentes.

"Percebemos que, depois da pandemia, há uma tendência de nacionalizar fornecedores e fortalecer a cadeia local, até para se proteger da volatilidade do câmbio. Mas a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias continuará sendo globalizada."

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