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A investida de Sam Zell no Sul do país

O Grupo Thá é líder no mercado imobiliário da região Sul, 19ª maior incorporadora do Brasil e passou a pertencer ao megainvestidor americano


	Curitiba: a Thá é uma referência no mercado imobiliário de Curitiba
 (Henri Bergius / Flickr / Creative Commons)

Curitiba: a Thá é uma referência no mercado imobiliário de Curitiba (Henri Bergius / Flickr / Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 08h29.

Curitiba - As decisões mais estratégicas de uma empresa centenária de Curitiba passaram a ser tomadas em Chicago. É na cidade americana que são feitas as reuniões do conselho de administração do Grupo Thá, líder no mercado imobiliário da região Sul e 19ª maior incorporadora do Brasil.

Há dois anos, a companhia deixou de ser da família que leva seu nome para pertencer ao megainvestidor americano Sam Zell. Sua gestora de ativos, a Equity International, tem sede em Chicago e é dona de 95% da empresa paranaense.

Dentro de casa, a troca de dono provocou uma revolução na gestão da companhia. Parte das reuniões para decidir o dia a dia da empresa já é feita em inglês e conta com a participação, via teleconferência, de executivos da Equity.

"A venda trouxe mais do que reforço de capital. Eles são sócios estratégicos, que agregaram à empresa a experiência no mercado imobiliário de 14 países", disse Arsenio de Almeida Neto, que trabalha na Thá há 17 anos e assumiu a presidência em 2012.

"Com o investimento, aceleramos a transformação da Thá de uma tradicional empresa familiar para uma empresa independente, com gestão profissionalizada", disse o presidente da Equity International, Tom Heneghan.

A Thá é uma referência no mercado imobiliário de Curitiba. A assinatura "desde 1895" está no logo da empresa, estampado nos canteiros de obra espalhados pela cidade.

Com 152 metros de altura, o Universe Life Square, prédio mais alto da capital paranaense, foi feito pela Thá em parceria com a Rossi e entregue em março. O segundo e o terceiro maiores arranha-céus da cidade também foram feitos pela Thá e o próximo da fila está em obras.

A companhia, criada pelo imigrante italiano Maurizio Thá, começou construindo palacetes que marcaram os ciclos econômicos do pinho e da erva-mate. No fim dos anos 2000, cerca de 30 herdeiros do fundador eram acionistas do grupo Thá.

Os próprios donos entenderam que seria inviável tocar o negócio desse jeito. A família decidiu se afastar do dia a dia da empresa e deixou a gestão nas mãos de profissionais do mercado.

A mudança de gestão, no entanto, coincidiu com um momento de inflexão no mercado imobiliário de Curitiba. A cidade foi invadida por companhias de outros Estados, como Gafisa, PDG, Cyrela e Rossi, que tinham acabado de abrir o capital e captar dinheiro.

"Elas chegaram comprando terrenos à vista, enquanto nós tentávamos fazer permuta com os proprietários. Precisávamos de capital para fazer frente a elas", lembra Roberto Thá, bisneto do fundador e único da família que trabalha na empresa. Ele entrou como estagiário e hoje é diretor de engenharia.

A companhia estudou três alternativas - vender uma participação para um concorrente, para um fundo ou abrir o capital na BM&FBovespa. "Primeiro, descartamos a oferta de ações na Bolsa porque perdemos o timing e, na época, não tínhamos governança corporativa suficiente", explica Almeida.

A Thá chegou a negociar com as concorrentes Brookfield e Rossi, com quem já mantinha, desde meados dos anos 2000, uma parceria para desenvolver projetos no Paraná.

"O negócio não foi para a frente porque a família acreditava que a marca estaria ameaçada com a venda a uma empresa maior", conta Almeida. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a paranaense LN, que viu sua marca sumir depois de ser vendida para a PDG em 2010.

A solução de vender uma fatia da empresa à Equity, de Sam Zell, veio do banco de investimento americano INTL Provident, que, junto com a consultoria brasileira Merithum, foi contratado pela Thá para procurar investidores interessados na empresa. A Equity comprou, em 2012, uma fatia de 80%, por valor não revelado, e hoje detém 95%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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