Negócios

A grande lição de gestão da dona do iFood durante a pandemia

Na Movile, as reuniões com a equipe ficaram mais frequentes, metas e feedbacks foram adiados e empresa investiu em saúde mental

Escritório da Movile em São Paulo (Movile/Divulgação)

Escritório da Movile em São Paulo (Movile/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 13 de junho de 2020 às 08h00.

A Movile, grupo que concentra empresas como iFood, Playkids e Wavy, tem funcionários em 20 escritórios em de sete países. Por isso, o trabalho remoto e à distância já era prática normal para o grupo, mesmo antes da pandemia do novo coronavírus. "Era comum que pessoas trabalhassem de casa quando precisavam, com o filho doente, em viagem a um escritório em outro país, entre outras situações", diz Luciana Carvalho, vice-presidente de gente e gestão do grupo.

Dessa forma, já estava preparada para trabalhar remotamente quando a pandemia do novo coronavírus obrigou empresas do Brasil todo a entrar no esquema de home office. A empresa tomou medidas similares a outras empresas e ainda em março distribuiu álcool em gel e lenços para os funcionários e, com o início do trabalho remoto, enviou cadeiras, suportes, teclados e outros equipamentos para a casa dos colaboradores.

Grande parte das equipes está trabalhando de casa, mas há quem precise ir presencialmente ao escritório. No caso da empresa de conteúdo para crianças Playkids, há funcionários que montam kits de livros da Leiturinha. Esse trabalho ganhou um turno extra para diminuir o contato entre as pessoas e há intervalos a cada duas horas para troca de máscara e luva.

Mesmo assim, a empresa percebeu que precisava adaptar alguns de seus processos, mudar a comunicação entre funcionários e reforçar a cultura do grupo. Para Carvalho, melhorar e intensificar a comunicação entre as equipes é o grande aprendizado do grupo durante o período da quarentena. 

As reuniões com a equipe ficaram mais frequentes. No lugar de uma reunião mensal, as conversas entre funcionários e gestores são feitas uma vez por semana. "Entendemos que precisávamos intensificar as conversas", diz a diretora.

Para ampliar conversas informais entre os colaboradores e imitar o bate papo tradicional ao redor do bebedouro, a empresa incentivou "janelas virtuais". Há um canal aberto no aplicativo de comunicação para quem quiser entrar e conversar, tomar um café e falar sobre a vida.

Metas e saúde mental

Além das conversas mais frequentes, outra mudança na gestão foi a definição de metas. Normalmente, a empresa define os passos para os próximos seis meses - na pandemia, cortou o prazo para metade, apenas um trimestre. A também deixou de fazer a avaliação de desempenho anual.

"As pessoas estão mais ansiosas e há muita incerteza no momento. Muitos não estão tranquilos de receber um feedback", diz Carvalho. As novas informações de metas e de avaliação de desempenho foram transmitidas em uma reunião com os diretores e presidente, com a presença dos quase 4.000 funcionários.

Para ajudar os colaboradores a lidar com a ansiedade, a empresa criou um bot no whatsapp para compartilhar dicas e conteúdos de saúde mental e bem estar. Com um voucher, funcionários tiveram acesso a um aplicativo de meditação e a empresa criou eventos voltados ao bem estar, aulas de yoga, meditação online e palestras. Além do conteúdo sobre saúde mental, a empresa realizou oficinas de finanças pessoais, lideradas pelo diretor financeiro do grupo.

Acompanhe tudo sobre:Ambiente de trabalhoGestãoGestão de pessoasMovile

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024