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A Beyond Meat será a sobrevivente da bolha das startups?

Ao apresentar seu balanço do 3º trimestre, startup de proteína vegetal precisará provar que consegue escrever uma história diferente de Uber, Lyft e WeWork

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Presidente da Beyond Meat, ao centro, apoia taxação em carne de origem animal (Brendan McDermid/Reuters)

Presidente da Beyond Meat, ao centro, apoia taxação em carne de origem animal (Brendan McDermid/Reuters)

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Redação Exame

Publicado em 28 de outubro de 2019 às, 06h09.

Última atualização em 28 de outubro de 2019 às, 06h35.

São Paulo — O ano de 2019 começou como aquele em que as startups de alto crescimento, como Uber e WeWork, iriam de promessas a realidade ao abrir capital na bolsa de valores. Nove meses depois, Uber, Lyft, Slack e Pinterest de fato chegaram lá. Mas o resultado ficou longe do esperado, com seu valor de mercado caindo vertiginosamente na comparação desde a oferta inicial (IPO) — enquanto a WeWork nem sequer conseguiu ir à bolsa.

Uma exceção neste cenário vem sendo a empresa de carnes vegetais Beyond Meat, que divulga seus resultados do terceiro trimestre nesta segunda-feira 28.  O valor de mercado da companhia, hoje na casa dos 6,1 bilhões de dólares, subiu 54,7% desde o IPO, em maio.

Na comparação, o valor da Uber caiu 19,9% desde seu IPO, também em maio, e o da concorrente Lyft, que chegou à bolsa em março, teve queda de 44,2% desde então.

Vendendo hambúrgueres, salsichas e bacon à base de plantas, a Beyond Meat tem o desafio de mostrar que é capaz de continuar crescendo e se livrar dos prejuízos, que, assim como nas demais startups de tecnologia que chegaram à bolsa neste ano, ainda são altos. No segundo trimestre, o faturamento foi de 67,3 milhões de dólares, alta de 287% na comparação com o ano anterior, mas o prejuízo foi de 9,4 milhões de dólares, 27% maior do que um ano antes. No acumulado dos últimos 12 meses anteriores a junho, a Beyond Meat teve prejuízo de 32,9 milhões.

Uma boa notícia recente para a empresa foi uma parceria piloto com a rede de fast-food McDonald’s, que está testando a venda de carnes vegetais da empresa em 28 restaurantes do Canadá para entender como (e se) os produtos são aceitos em larga escala. A Beyond Meat já tem parceria com o supermercado natural Whole Foods e a rede de fast-food Donkin’ Donuts, mas, se sobreviver à fase de testes, o McDonald’s poderia ser a joia da coroa e ajudar na disseminação das proteínas vegetais.

A massificação é crucial, já que, para sobreviver, a Beyond Meat precisa conquistar também os carnívoros, um mercado que a empresa estima em 1,4 trilhão de dólares. Por ora, os produtos ainda são mais caros que a carne convencional e muito focados no nicho dos vegetarianos, que é só 5% da população estadunidense, segundo a consultoria UBS.

As redes de fast-food, por sua vez, tentam entender até onde a moda vai: além do McDonald’s, a concorrente Burger King fez parceria com uma concorrente da Beyond Meat, a também americana Impossible Foods, para seus hambúrgueres vegetais nos EUA — no Brasil, a parceria foi com a brasileira Marfrig, com um sanduíche vegetal lançado em setembro.

Essas possibilidades de expansão animam os investidores. Mas o não-IPO da WeWork acendeu um sinal de alerta definitivo entre investidores mundo afora sobre a supervalorização de startups de tecnologia.

A própria ação da Beyond Meat já esteve mais valorizada, tendo chegado a mais de 200 dólares em momentos deste ano, ante 101,70 dólares na última sexta-feira 25. Ao apresentar seus resultados do trimestre, a startup do presidente e fundador Ethan Brown precisará seguir provando que tem potencial para escrever um roteiro diferente.

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