Coca-Cola: aposta em produtos naturais para crescer no Brasil (Regis Duvignau/Reuters)
Mariana Desidério
Publicado em 11 de novembro de 2018 às 07h00.
Última atualização em 11 de novembro de 2018 às 07h00.
A maior fabricante de refrigerantes do mundo quer um pedaço maior do mercado brasileiro de laticínios, de US$ 20 bilhões.
A Coca-Cola, que enfrenta queda nas vendas à medida que os consumidores abandonam o refrigerante, anunciou que produzirá o primeiro iogurte "natural" do Brasil, fabricando o produto sem aromatizantes, corantes nem conservantes artificiais. O objetivo é dar impulso à unidade brasileira de laticínios da empresa, cujas vendas aumentaram 30 por cento no último ano, de acordo com Pedro Massa, o executivo que administra novos negócios no Brasil.
A Coca-Cola, que tem sede em Atlanta, e seus concorrentes do setor de bebidas têm buscado outras alternativas para impulsionar o crescimento, devido à queda do consumo de refrigerantes. A empresa adquiriu em 2016 a laticínios Verde Campo, com sede no estado de Minas Gerais, e investiu cerca de R$ 50 milhões (US$ 13,3 milhões) para ampliar a produção de produtos lácteos naturais. No mundo inteiro, os consumidores estão buscando opções mais saudáveis, e a empresa vai retirar os ingredientes artificiais de seu iogurte até o final do mês e pretende fazer o mesmo com o queijo e outros produtos até o final de 2019.
"A Verde Campo é uma empresa que tem inovação no seu DNA e é estratégica para a Coca-Cola", disse Massa, em entrevista.
A Coca-Cola fez investimentos para dobrar a capacidade de produção de queijo e quintuplicou sua capacidade de produzir iogurte, segundo a Verde Campo. O objetivo é registrar um crescimento superior a 30 por cento ao ano, informou a empresa. A Coca-Cola também administra operações de leite em outros países, inclusive nos EUA, com a marca Fairlife.
Como parte da iniciativa para retirar ingredientes artificiais de produtos lácteos brasileiros, a Coca-Cola alterou o processo de aquisição do leite: passou a captar o produto mais rapidamente nas fazendas e desenvolveu um programa que ajuda os produtores a fornecer leite com índice de bactérias bem abaixo dos padrões internacionais, segundo Alessandro Rios, CEO da Verde Campo.